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Portugueses mais preocupados com xenofobia que com imigração

Uma sondagem recente indica que a maioria dos portugueses considera o aumento da xenofobia uma ameaça mais significativa do que a própria imigração, revelando uma dissonância entre a perceção pública e o discurso político e mediático dominante sobre o tema.
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Uma sondagem promovida pelo Clube de Lisboa e realizada pela Pitagórica a 700 cidadãos concluiu que os portugueses estão mais preocupados com o aumento da xenofobia do que com a imigração. Cerca de um terço dos inquiridos considerou "o aumento da xenofobia e da rejeição dos imigrantes" como uma das três principais ameaças à solidariedade internacional, enquanto a gestão das migrações não surge como uma área prioritária.

Este resultado, segundo os autores do estudo, evidencia uma desconexão entre o sentimento real da população e o espaço que a questão da imigração ocupa no discurso político e mediático.

Fernando Jorge Cardoso, diretor executivo do Clube de Lisboa, e Patrícia Magalhães Ferreira, uma das autoras, sublinham esta diferença, afirmando que os discursos nacionalistas e populistas não correspondem à perceção geral.

Segundo Cardoso, a imigração não é vista como um "bicho-papão".

Esta visão é corroborada pelo Secretário de Estado Emídio Sousa, que, num dos artigos, defende que Portugal precisa dos imigrantes e que a xenofobia resulta de políticas de imigração erradas.

A sondagem revela ainda que as mulheres são mais favoráveis aos direitos humanos, enquanto os jovens demonstram maior ceticismo em relação a desafios globais, como as alterações climáticas. A principal ameaça à solidariedade internacional, apontada por 58% dos inquiridos, são as guerras e os conflitos armados.

A maioria (88%) sente-se afetada pelos desafios globais e 80% reconhece a solidariedade entre povos como uma forma eficaz de os enfrentar.

O apoio à cooperação internacional foi reforçado pela pandemia de covid-19 e, especialmente, pela guerra na Ucrânia.

Apesar disso, há um pessimismo generalizado, com 59% a acreditar que o mundo estará pior daqui a 10 anos.

No que toca a políticas concretas, 85% dos inquiridos concorda com o reforço do investimento em defesa no contexto da União Europeia, embora um terço condicione esse apoio à não afetação das áreas sociais. A esmagadora maioria apoia a transição verde, desde que sejam acautelados os impactos sociais, e considera a redução da pobreza e da fome no mundo como uma prioridade global (89%).

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