Preço do ouro voltou a subir e alcançou novo máximo histórico

O preço do ouro atingiu um novo máximo histórico, chegando aos 3.501,59 dólares (2.993,18 euros) por onça (equivalente a 31,1 gramas).

Este valor supera o recorde anterior de 3.500,1 dólares, estabelecido em meados de abril, e representa um aumento de cerca de um terço no valor do metal precioso desde o início do ano. A prata também registou uma escalada, batendo um recorde de 14 anos. A subida é impulsionada pela procura dos investidores pelo ouro, considerado um ativo de refúgio em tempos de crise. Os investidores estão a evitar o dólar norte-americano face às expectativas de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA (Fed) na sua próxima reunião, a 16 e 17 de setembro. Perante uma economia norte-americana em dificuldades, o mercado antecipa um corte de 0,25 pontos percentuais, o que enfraquece o dólar e os rendimentos das obrigações.

A instabilidade política nos Estados Unidos contribui igualmente para esta tendência.

As preocupações com a independência da Fed aumentaram após o Presidente Donald Trump ter atacado repetidamente o seu presidente, Jerome Powell, e ter manifestado a intenção de despedir a governadora Lisa Cook.

Adicionalmente, uma recente decisão de um tribunal federal de recurso, que considerou ilegais grande parte das tarifas impostas por Trump, introduziu uma nova dose de incerteza nos mercados, levando as empresas a hesitar nos seus investimentos a curto prazo. Outros fatores que sustentam a valorização do ouro incluem a "persistente inflação" nos Estados Unidos, registada em agosto, e as incertezas geopolíticas decorrentes das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

A guerra tarifária lançada por Trump é também um elemento de instabilidade que favorece a procura por ativos seguros.