
Subfinanciamento nos Cuidados Continuados em Portugal



O atual modelo de financiamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é insuficiente para cobrir os custos reais suportados pelas instituições, uma conclusão de um estudo realizado pela Faculdade de Economia do Porto.
A análise evidencia que, apesar das recentes atualizações nos valores pagos pelo Estado, os défices persistem e tendem a agravar-se, especialmente nas respostas de média e longa duração. As Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM) registaram um défice de 11,81 euros por utente/dia, o que se traduziu num subfinanciamento anual de cerca de 125 mil euros por instituição em 2024.
O principal fator para este desequilíbrio é o aumento dos custos operacionais, com particular destaque para as despesas com pessoal, que representam a maior fatia dos encargos.
Segundo José Bourdain, presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC), os aumentos nos valores de financiamento governamental não acompanham a subida dos salários, nomeadamente do salário mínimo, nem a inflação.
Esta situação, agravada por anos em que o financiamento esteve congelado, gera dificuldades na retenção de recursos humanos, que procuram melhores condições no setor público, no privado ou no estrangeiro. O estudo alerta ainda que a legislação atual é inadequada no que toca à dotação de recursos humanos.
O número de categorias profissionais previstas na lei para o funcionamento das unidades, como pessoal auxiliar e enfermeiros, é considerado "manifestamente insuficiente". Adicionalmente, a legislação não contempla categorias essenciais como técnicos de manutenção, pessoal de cozinha, limpeza ou administrativos, forçando as instituições a contratar estes profissionais por sua conta, o que agrava os custos. Face a este diagnóstico, os peritos da Faculdade de Economia do Porto propõem uma nova fórmula de atualização anual dos preços pagos pelo Estado, que considere de forma autónoma o impacto da atualização do salário mínimo e a taxa de inflação. Sugerem também a criação de um "fator de investimento" para cobrir necessidades estruturais, como a manutenção de instalações e a renovação de equipamentos, permitindo que as instituições gerem margens para reinvestir na qualidade dos cuidados e na valorização dos seus profissionais. Esta proposta de um plano de investimento a cada três anos já tinha sido defendida anteriormente pelo Tribunal de Contas.
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