Acusações de Racismo Marcam Campanha Presidencial: Gouveia e Melo Compara Ventura a Hitler

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo acusou André Ventura de promover um discurso de 'xenofobismo e racismo', comparando as suas táticas de campanha às do regime hitleriano, na sequência de controversos cartazes dirigidos a comunidades imigrantes e de etnia cigana.

Numa visita à Associação Académica de Coimbra, o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo acusou André Ventura de ter entrado “num corrupio de xenofobismo e de racismo”, afirmando que a democracia, sendo tolerante, não pode permitir a intolerância. Gouveia e Melo estabeleceu um paralelo entre a estratégia de Ventura e o “sistema hitleriano”, que utilizou os judeus como bode expiatório, sugerindo que se tenta agora encontrar um novo bode expiatório em Portugal. Esta crítica surge em resposta a cartazes de campanha de Ventura com mensagens como “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei”, que Gouveia e Melo classificou como “racismo puro e duro”. Embora Gouveia e Melo tenha afirmado que também não concorda com uma imigração de “portas escancaradas”, rejeitou a ideia de definir quem pode permanecer em Portugal “pela cor ou pelos trajes”. O candidato acusou ainda Ventura de espalhar desinformação sobre si, nomeadamente falsidades sobre a lei de estrangeiros, e de o atacar com comentários ofensivos, como sugerir que fosse “presidente lá para o Hindustão”. Em resposta, Gouveia e Melo questionou o patriotismo de Ventura, notando que, ao contrário dele, nunca serviu o país como militar ou bombeiro.

Mencionou também a defesa de “três Salazares” por parte de Ventura, questionando se este deseja o regresso aos níveis de pobreza da ditadura.

A polémica em torno dos cartazes teve repercussões alargadas.

A embaixada do Bangladesh em Lisboa emitiu um comunicado a apelar à calma junto da sua comunidade e informou que contactou as “autoridades apropriadas”. O caso foi noticiado no Bangladesh pelo canal Jamuna TV, que reportou a revolta da comunidade emigrante. Em Portugal, a deputada Isabel Moreira sugeriu que os cartazes poderiam constituir um crime de ódio, enquanto o presidente da Câmara da Moita, Carlos Albino, afirmou que as mensagens violam o princípio da não discriminação e considerou que o Ministério Público deveria avaliar a situação.

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