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Marcelo diz que não tem nada a acrescentar quanto a Trump

As declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que classificaram Donald Trump como um 'ativo soviético, ou russo', geraram controvérsia e motivaram uma análise aprofundada ao seu significado e às suas implicações diplomáticas.
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Na Universidade de Verão do PSD, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que Donald Trump funciona, objetivamente, como “um ativo soviético, ou russo”, favorecendo a Federação Russa na guerra contra a Ucrânia.

A declaração teve repercussão internacional e motivou uma reação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que se distanciou das palavras do Presidente, afirmando que “quem conduz a política externa portuguesa é o Governo”.

Um especialista da CNN internacional comentou que outros líderes europeus partilham da mesma opinião, mas apenas em privado.

A interpretação da polémica frase centra-se nos termos “ativo” e “objetivamente”.

Em vez de sugerir que Trump é um agente recrutado, o termo “ativo” é entendido no seu sentido económico de “valor” ou recurso com que a Rússia pode contar. O uso de “objetivamente” remete para o conceito de “aliado objetivo”, indicando que as ações de Trump, independentemente da sua intenção, acabam por beneficiar os interesses estratégicos russos.

O próprio Presidente esclareceu que não se referia a qualquer cumplicidade, mas sim ao resultado objetivo das estratégias seguidas, que, na sua opinião, atrasam a paz na Ucrânia. Confrontado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou fazer mais comentários, afirmando que “o que disse está dito” e que o fez “com todo o cuidado do mundo”.

Revelou ainda não ser a primeira vez que expressava esta opinião, tendo-o feito na presença do Presidente francês, Emmanuel Macron. Embora reconheça que a política externa é dirigida pelo Governo, o Presidente defendeu que a sua posição e a do executivo estão alinhadas na defesa da coesão no apoio à Ucrânia. Os artigos recordam que as tensões entre Belém e o Governo em matéria de política externa são recorrentes na história da democracia portuguesa, com episódios semelhantes durante as presidências de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio. Apesar de as declarações serem vistas como diplomaticamente imprudentes e poderem gerar tensão institucional com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, uma das análises pondera que a linguagem direta poderá ser eficaz no relacionamento com Donald Trump.

O Presidente da República desvalorizou o risco de um conflito diplomático, salientando a antiguidade e a força das relações entre Portugal e os Estados Unidos.

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