Derrota em Casa, Diplomacia em Washington: A Viagem de Noboa Pós-Referendo



O Presidente do Equador, Daniel Noboa, iniciou uma visita aos Estados Unidos que se estenderá até quinta-feira, acompanhado por uma comitiva que inclui o secretário para a Integridade Pública, José Julio Neira.
A viagem ocorre imediatamente após a derrota sofrida no referendo de domingo, promovido pelo próprio chefe de Estado.
Embora a agenda oficial não tenha sido detalhada, um decreto executivo indica que a visita visa "fortalecer os laços diplomáticos com aliados comerciais".
Um dos pontos centrais do referendo era a proposta de revisão da Constituição de 2008 para levantar a proibição de instalação de bases militares estrangeiras no país, o que permitiria o regresso de uma presença militar dos Estados Unidos.
Esta proibição levou à saída das forças armadas norte-americanas do Equador em 2009.
A proposta, no entanto, foi rejeitada pelos eleitores, que votaram "não" a esta e a todas as outras quatro questões submetidas a votação, representando um revés político para Noboa.
A visita acontece num contexto de cooperação bilateral já em curso.
Há duas semanas, a secretária da Segurança Nacional norte-americana, Kristi Noem, esteve no Equador e visitou as bases militares de Manta e Salinas, locais onde Washington considerava reinstalar a sua presença militar caso o referendo fosse aprovado.
Além da vertente militar, as relações comerciais foram recentemente reforçadas.
Na semana passada, a administração dos EUA anunciou um acordo para eliminar as tarifas sobre 105 produtos equatorianos, que haviam sido impostas pela administração de Donald Trump e que tinham aumentado de 10% para 15%.
Segundo o Ministério da Produção do Equador, as negociações comerciais para outros produtos ainda estão "em desenvolvimento".











