Clima Adverso Dita Leis na Vindima de 2025: Mundo Recupera Ligeiramente, Portugal Regista Perdas



A produção mundial de vinho em 2025 apresenta uma ligeira recuperação, embora permaneça em níveis baixos devido ao impacto generalizado de condições climáticas adversas, de acordo com um relatório preliminar da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). A OIV, que congrega 51 estados-membros, estima uma produção global entre 228 e 235 milhões de hectolitros (Mhl).
Este volume representa um aumento de 3% em relação às colheitas historicamente baixas de 2024, mas ainda se situa 7% abaixo da média dos últimos cinco anos.
Os peritos atribuem esta contínua baixa a fenómenos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, incêndios florestais, geadas precoces e pluviosidade excessiva.
No pódio dos maiores produtores mundiais, a Itália lidera com uma produção estimada de 47,4 Mhl, um aumento de 8% face a 2024. Segue-se a França, com 35,9 Mhl, registando uma quebra de 1%, o que poderá representar o volume de produção mais baixo do país desde 1957. A Espanha completa o trio da frente com 29,4 Mhl, uma diminuição de 6%.
Fora da Europa, os Estados Unidos da América, a Austrália e a Argentina mantêm as suas posições dominantes nos respetivos continentes.
Em contraciclo com a tendência global de recuperação, Portugal enfrenta uma quebra acentuada na produção. Com uma previsão de 6,2 Mhl, o país, que ocupa a quinta posição a nível europeu e a 11.ª a nível mundial, regista uma diminuição de 11% em comparação com 2024 e de 12% na análise quinquenal.
Os especialistas atribuem esta quebra a um inverno seco, seguido por chuvas recorde no início da primavera e, posteriormente, por sucessivas ondas de calor durante o verão.
Complementarmente, dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) revelam que, a 31 de julho de 2025, as existências de vinho e mosto declaradas pelos operadores nacionais totalizavam 12,1 milhões de hectolitros, uma descida de 5% em relação ao ano anterior. No mesmo período, as declarações de destilados de origem vitivinícola aumentaram 10%. Os produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) constituíam 84% do total das existências declaradas, que devem ser comunicadas anualmente sob pena de coimas até 10.000 euros.










