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Inteligência Artificial: Entre a Ameaça ao Emprego e a Corrida Estratégica pela Soberania Tecnológica

A ascensão da inteligência artificial está a redefinir o mercado de trabalho e a geopolítica tecnológica, gerando tanto apreensão sobre a substituição de empregos como apelos urgentes à ação estratégica para garantir a competitividade futura.
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O avanço acelerado da inteligência artificial (IA) suscita um debate global sobre o seu impacto no futuro do trabalho e na competitividade económica.

Por um lado, figuras como Sam Altman, CEO da OpenAI, preveem que a IA poderá substituir uma parte significativa das tarefas económicas na próxima década, colocando milhões de empregos em risco.

Algumas empresas já utilizam a IA como justificação para despedimentos.

Em contrapartida, especialistas como Bill Gates e a economista Linda Nazareth acreditam que certas competências permanecerão intrinsecamente humanas e, por isso, mais resistentes à automação.

Habilidades como criatividade, empatia e pensamento estratégico, aliadas a conhecimentos técnicos em áreas como programação Python, cibersegurança e análise de dados, são vistas como essenciais para garantir a relevância profissional.

Contudo, o investigador Roman Yampolskiy alerta para um cenário mais disruptivo, com a possível chegada de uma Inteligência Artificial Geral (AGI) até 2027, que poderia tornar a contratação de humanos obsoleta para a maioria das funções.

Neste contexto de transformação, a Europa enfrenta um desafio estratégico crucial.

Daniela Braga, CEO da Defined.ai, juntamente com outros líderes de empresas tecnológicas europeias, subscreveu uma declaração que apela a uma ação urgente por parte da União Europeia.

O documento defende a necessidade de criar um verdadeiro mercado único digital, um ambiente regulatório mais ágil e investimentos coordenados e ambiciosos para evitar que a Europa perca a corrida tecnológica. Os subscritores salientam que, apesar de a Europa possuir talento e investigação de excelência, enfrenta um défice de investimento e a falta de uma estratégia concertada entre os setores público e privado, o que leva empresas promissoras a deslocalizarem-se para os EUA.

O apelo é para que se tomem medidas decisivas nos próximos três anos para proteger a soberania tecnológica e a competitividade do continente.

A crescente relevância da IA reflete-se também na esfera social e cultural.

Iniciativas como o evento NEXXT Leiria, subordinado ao tema "Onde a Inteligência Artificial encontra a Criatividade", demonstram a importância de promover o diálogo entre empresas, academia e sociedade civil.

Ao reunir diversos intervenientes para debater o impacto da IA nos negócios e na sociedade, estes eventos sublinham a necessidade de uma reflexão alargada e da criação de parcerias estratégicas para navegar as oportunidades e os desafios da nova era tecnológica.

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