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Acordo Salarial no Novobanco
O Novobanco alcançou um acordo com 90% dos trabalhadores para encerrar um diferendo salarial herdado do BES, numa proposta que, apesar da elevada adesão, gerou alegações de pressão sobre os funcionários.
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O Novobanco propôs um acordo para resolver um diferendo salarial com cerca de 700 trabalhadores, herdado do antigo Banco Espírito Santo (BES). A questão remonta ao cancelamento unilateral de cartões de crédito que funcionavam como complemento salarial para centenas de quadros do BES, antes da resolução do banco em 2014.
Desde então, os trabalhadores reivindicavam o pagamento integral dos montantes acumulados.
A solução apresentada em setembro pelo Novobanco consistiu numa compensação salarial única, paga em outubro, correspondente a 50% do valor reclamado por cada trabalhador.
Em troca, os funcionários teriam de abdicar do restante montante e de qualquer futura ação judicial sobre o tema.
A proposta obteve uma adesão de 90% dos trabalhadores abrangidos.
No entanto, fontes contactadas pela agência Lusa relataram ter sido pressionadas por superiores hierárquicos para aceitar o acordo, sob a ameaça de perda de benefícios.
Foi ainda mencionado que, em sessões informativas, o banco terá comunicado que, para quem não aceitasse a proposta, o montante em dívida poderia ser descontado de futuras retribuições ou bónus.
O Novobanco não respondeu às questões da Lusa sobre estas alegadas pressões.
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) considerou a proposta "uma posição de equilíbrio", mas não clarificou se daria apoio jurídico aos associados que pretendessem litigar.
Existem precedentes judiciais, incluindo uma sentença de 2019 contra o Banco Best (detido pelo Novobanco), em que os tribunais deram razão aos trabalhadores, obrigando os bancos a pagar os valores em falta com juros.
Este acordo surge num contexto em que a venda do Novobanco ao grupo francês BPCE está a ser finalizada.
A notícia de que dirigentes do acionista Lone Star e gestores do banco poderão receber bónus de 1.100 milhões de euros pela venda gerou descontentamento.
Em resposta, a Comissão de Trabalhadores do Novobanco lançou um abaixo-assinado a exigir um prémio equivalente a dois salários para cada um dos 4.000 funcionários.
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