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Protestos do “bloqueiem tudo” cortam autoestradas em França

França foi palco de um dia de protestos generalizados esta quarta-feira, com o movimento inorgânico 'Bloqueiem Tudo' a tentar paralisar pontos estratégicos em todo o país. As manifestações, marcadas por confrontos e centenas de detenções, surgem num clima de crise política e contestação às políticas de austeridade do governo.
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Um movimento de protesto nacional, denominado 'Bloqueiem Tudo', mobilizou manifestantes por toda a França esta quarta-feira, com o objetivo de bloquear pontos estratégicos de circulação e acesso. Nascido nas redes sociais e sem uma liderança identificada, o movimento é comparado ao dos 'Coletes Amarelos' de 2018, embora se distinga por reunir mais jovens e pessoas politizadas.

Na base da contestação estão as críticas ao plano de austeridade para 2026, proposto pelo anterior governo de François Bayrou, que previa o congelamento de prestações e cortes em programas sociais, bem como a crescente insatisfação com as políticas do Presidente Emmanuel Macron e as desigualdades sociais. As ações de protesto resultaram no bloqueio de autoestradas e vias de acesso em várias cidades, incluindo Paris, Marselha, Lyon, Nantes, Rennes e Bordéus.

Os manifestantes ergueram barricadas com paletes e caixotes do lixo, atearam pequenos incêndios e entraram em confronto direto com as autoridades.

Em cidades como Nantes e Rennes, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os ajuntamentos.

Para conter a mobilização, o governo destacou um forte dispositivo de segurança, com 80 mil polícias e gendarmes em todo o território nacional, dos quais 6 mil só na capital.

O ministro do Interior, Bruno Retailleau, afirmou que 'nenhum bloqueio' seria tolerado, e as forças de segurança intervieram rapidamente para desmobilizar os bloqueios.

As operações resultaram em cerca de 200 detenções a nível nacional, com dezenas de prisões efetuadas logo nas primeiras horas da manhã em Paris. Os protestos ocorreram num momento de elevada instabilidade política, um dia após a nomeação de Sébastien Lecornu como novo primeiro-ministro, sucedendo a François Bayrou, cujo governo caiu após uma moção de confiança.

Embora analistas apontem que o movimento tenha crescido inicialmente em grupos de extrema-direita, foi posteriormente adotado pela esquerda e extrema-esquerda.

As autoridades francesas atribuíram as 'ações violentas' a estes últimos grupos.

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