
Polémica em torno do adiamento da reunião sobre a tragédia do Elevador da Glória



O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, recusou o pedido da oposição para uma reunião extraordinária sobre o acidente com o Elevador da Glória, agendando o debate para 13 de outubro, um dia após as eleições autárquicas de 12 de outubro. A justificação apresentada por Moedas foi a de não querer “partidarizar um tema que deve merecer todos os esclarecimentos técnicos”, acusando o PS de tentar “politizar e ganhar votos” com a tragédia que, a 3 de setembro, provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos. A decisão gerou críticas por parte da oposição, nomeadamente de Alexandra Leitão, candidata à autarquia pela coligação PS/Livre/BE/PAN.
Leitão acusou Moedas de confundir “politização com escrutínio democrático” e de usar este argumento “para se furtar a prestar esclarecimentos”.
A candidata socialista considera lamentável a recusa em debater “factos novos e gravíssimos” antes das eleições, sublinhando que os lisboetas têm o direito de ter acesso a todas as informações antes de votarem. O pedido de reunião por parte da oposição surgiu na sequência de reportagens que revelaram a ocorrência de dois acidentes anteriores com o mesmo elevador, em outubro de 2024 e maio de 2025.
Segundo os artigos, estes incidentes foram inicialmente negados por responsáveis da Carris e da câmara, mas posteriormente confirmados pela própria empresa municipal.
Alexandra Leitão classificou estes factos como “gravíssimos e importantíssimos”, salientando que a sua candidatura está a analisar formas de antecipar a reunião para antes do ato eleitoral.
A candidata socialista afirmou não ter pedido a demissão de ninguém, precisamente por aguardar os esclarecimentos que considera estarem a ser negados.
No entanto, admitiu que, caso seja eleita, vê “com dificuldades a manutenção do presidente do conselho da administração da Carris”, Pedro Bogas, devido à “perda de confiança”. A polémica contou ainda com a opinião de Pedro Santana Lopes, autarca da Figueira da Foz, que considerou que Carlos Moedas pretende “adiar um problema” e que “é melhor enfrentar a situação se não há nada a temer”.
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