Aliança de Esquerda em Almada: Acordo PS-CDU Gera Estabilidade no Executivo e Tempestade na Oposição



Após as eleições autárquicas, o Partido Socialista (PS), que elegeu quatro vereadores, estabeleceu um acordo de governação com a Coligação Democrática Unitária (CDU), que assegurou três vereadores, para a Câmara Municipal de Almada. A presidente da autarquia, a socialista Inês de Medeiros, explicou que o entendimento visa proporcionar "estabilidade na governação" e evitar "querelas partidárias".
As negociações foram encetadas com todos os partidos, à exceção do Chega, mas o PSD, que elegeu dois vereadores, comunicou desde logo não ter interesse em assumir pelouros.
O acordo atribui à CDU a responsabilidade por áreas como a higiene urbana e frota, a intervenção social e saúde, e o movimento associativo.
A coligação presidirá também aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS).
Uma das condições do entendimento é a realização de uma auditoria financeira externa e independente ao universo municipal, abrangendo a Câmara, os SMAS e a empresa WeMob, medida que a CDU defende como um instrumento de transparência. Luís Palma, vereador da CDU, afirmou que pretendem fazer um levantamento das necessidades e auscultar os trabalhadores.
Esta coligação gerou duras críticas por parte de outras forças políticas. O PSD acusou o PS e a CDU de incoerência e de "manter Almada atrasada", prometendo reforçar o seu papel de oposição.
A Iniciativa Liberal (IL) foi particularmente incisiva, classificando o acordo como uma "traquitana" e um desrespeito pelos eleitores, acusando o PS de trair quem votou para terminar a governação comunista há oito anos. Para a IL, a entrega de pelouros essenciais à CDU representa um "retrocesso de décadas", temendo que o "preconceito ideológico" prejudique serviços como a saúde e que o movimento associativo seja usado para propaganda política.













