O Gesto da Discórdia: Símbolo 'Rock' de Mortágua Visto como Ofensa pelo CDS-PP



O Grupo Parlamentar do CDS-PP apresentou uma participação ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, pedindo a abertura de um inquérito à conduta da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.
Em causa está um gesto feito pela deputada durante uma intervenção do líder parlamentar centrista, Paulo Núncio, no debate sobre o salário mínimo no passado dia 10.
Enquanto Núncio criticava os partidos de esquerda, Mortágua levantou a mão com o punho fechado e apenas os dedos indicador e mindinho esticados.
Na ótica do CDS-PP, o gesto foi "grosseiro", "degradante" e "absolutamente incompatível com o comportamento que é exigido aos deputados".
Na queixa apresentada, o partido argumenta que a conduta de Mortágua ataca a dignidade e a honra de Paulo Núncio, da bancada centrista e da própria Assembleia da República, violando o dever de urbanidade previsto no código de conduta. Núncio acusou ainda a existência de "dois pesos e duas medidas" no tratamento de deputados da "extrema-esquerda" em comparação com os da direita.
O Bloco de Esquerda rejeitou a interpretação do CDS-PP, afirmando que a intenção não foi ofensiva. Segundo o BE, trata-se de um "gesto da cultura 'rock', um símbolo de orgulho e força", justificação que Paulo Núncio desvalorizou, acusando a bloquista de "querer dar música ao parlamento". O novo coordenador do BE, José Manuel Pureza, reforçou esta defesa, afirmando que o gesto "não pode de maneira nenhuma ser interpretado como um gesto ofensivo" e que tem "um outro sentido completamente diferente". Falando aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República, Pureza mostrou-se convicto de que "quem estiver de boa-fé aceitará" a explicação do Bloco de Esquerda.
O coordenador bloquista acusou ainda o CDS-PP de pretender instalar "polémicas artificiais" e recusou-se a alimentar mais o assunto.

















