
Análise aos Resultados do Chega nas Eleições Autárquicas



O partido Chega alcançou um marco histórico ao eleger o seu primeiro presidente de câmara municipal, em São Vicente.
O novo autarca, José Carlos Gonçalves, celebrou a vitória afirmando que "o Chega escolheu o candidato certo para vencer" e prometeu a realização de uma auditoria que não se limitará "ao papel, mas também no terreno". Esta vitória foi descrita como "extraordinária" pela deputada do partido, Rita Matias, que manifestou a esperança de que o Chega se possa tornar "a terceira força política nacional a nível autárquico".
Apesar do sucesso em São Vicente, as análises sobre o desempenho global do partido foram divergentes.
Pedro Frazão, do Chega, sugeriu que o partido poderia estar a ser "prejudicado pelas expectativas grandes e objetivos altos" que tinham sido estabelecidos.
Na sua opinião, se um partido como o Bloco de Esquerda tivesse obtido os mesmos resultados, seria considerado uma "estrela em ascensão" pelos comentadores políticos.
Em contraste, o eurodeputado socialista Bruno Gonçalves ofereceu uma perspetiva crítica, afirmando que o Chega entrou na noite eleitoral com "grandes expectativas", mas acabou por "esbarrar na realidade".
Gonçalves foi mais longe, declarando que "quanto mais as pessoas conhecem os candidatos do Chega, menos votam neles".
O eurodeputado destacou ainda a importância dos resultados em concelhos como Viseu, Aveiro, Coimbra e Braga para ditar "o rumo nacional desta eleição".
O comentador e eurodeputado Sebastião Bugalho considerou que o "crescimento do Chega vai ser um dos factos políticos da noite". Bugalho contextualizou o resultado, recordando que nas eleições autárquicas anteriores, o partido elegeu 19 "membros de corpos municipais", dos quais uma maioria acabou por se desvincular do partido, o que levanta questões sobre a consolidação do seu crescimento a longo prazo.
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