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Quercus denuncia "morte lenta" da Zona de Repouso e Silêncio do Fanal

A associação ambientalista Quercus denuncia a "morte lenta" da zona protegida do Fanal, na Madeira, alertando para os graves danos causados pelo excesso de visitantes e pelo pastoreio descontrolado que ameaçam este património natural.
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O núcleo regional da Madeira da associação ambientalista Quercus manifestou profunda preocupação com a degradação da Zona de Repouso e Silêncio do Fanal, parte da floresta Laurissilva classificada como património mundial pela UNESCO. Num comunicado intitulado “A Morte lenta do Fanal”, a organização afirma ser “revoltante assistir” à destruição deste património, conhecido pelo seu bosque centenário de tis, cujos exemplares mais antigos são anteriores à descoberta da ilha.

As principais ameaças identificadas são o pastoreio e a visitação excessiva.

Segundo a Quercus, o gado que pasta livremente na área devora os rebentos dos tis, impedindo a regeneração natural da floresta.

Simultaneamente, o elevado número de turistas provoca danos severos, como o pisoteio do solo fora dos trilhos. Em algumas zonas, a compactação do solo é tal que já não permite o crescimento de vegetação herbácea nem a infiltração de água, expondo as raízes das árvores centenárias e tornando-as vulneráveis. A associação critica também comportamentos inadequados, como visitantes a subirem às árvores para tirar fotografias, e a insuficiência dos parques de estacionamento, que leva à acumulação de veículos nas bermas.

Face a esta situação, a Quercus apela à Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Ambiente e ao Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) para que tomem medidas urgentes. As propostas incluem a proibição do pastoreio na área protegida, a definição da capacidade de carga para a visitação, a criação de percursos pedonais delimitados e sinalizados, o reforço da vigilância e a avaliação de alternativas de estacionamento. A associação questiona a atuação do executivo insular que, apesar de reconhecer o problema da visitação exagerada, se limitou a recomendar percursos alternativos aos operadores turísticos, o que a Quercus considera uma forma de “sacudir a água do capote”.

A organização insta os governantes a agirem com coragem para proteger as áreas naturais, sublinhando que a sua degradação prejudica também a imagem turística da região.

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