Paulo Raimundo adverte que a verdade sobre o fascismo virá sempre ao de cima



Numa sessão que assinalou os 64 anos do assassinato do dirigente comunista José Dias Coelho pela PIDE, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que a verdade sobre o fascismo acabará sempre por prevalecer, apesar das tentativas de reescrever a história.
A homenagem decorreu em Alcântara, Lisboa, no local onde Coelho foi morto a 19 de dezembro de 1961, e onde Raimundo depositou uma coroa de flores.
No seu discurso, o líder do PCP recordou José Dias Coelho como um "herói" e "mártir do fascismo", que se dedicou à luta clandestina através da sua arte, falsificando documentos e criando gravuras para o jornal Avante.
Paulo Raimundo sublinhou que, apesar de o regime fascista o ter assassinado aos 38 anos, não conseguiu impedir a revolução de Abril de 1974, que abriu "um caminho de esperança". Contudo, considerou que esse caminho foi "interrompido por um processo contrarrevolucionário desde 1976", que subjugou o país aos interesses de grupos económicos e multinacionais, tornando Portugal subalterno à União Europeia e à NATO. Raimundo apelou a que todos façam frente à "operação reacionária e antidemocrática que está em curso", criticando a ofensiva ideológica que fomenta o ódio e desvia as atenções dos verdadeiros responsáveis pelos problemas do país.
Rejeitou a narrativa que culpa os imigrantes pela falta de profissionais no SNS ou de professores, pelo aumento do custo de vida ou pela crise da habitação. Em vez disso, responsabilizou os partidos como PS, PSD, CDS, Chega e IL por servirem os interesses do "grande capital", que são os beneficiários da situação, enquanto "o povo e os trabalhadores" são as vítimas.
O secretário-geral concluiu mencionando a greve geral de 11 de dezembro como uma demonstração da força dos trabalhadores para impor um novo rumo.











