Tornado em Albufeira serve de alerta para um dezembro com previsão de tempestades mais intensas

Um tornado atingiu Albufeira, causando uma vítima mortal e danos significativos, enquanto as previsões meteorológicas para dezembro apontam para a possibilidade de tempestades mais intensas do que o habitual.

Um tornado, associado à tempestade Cláudia, atingiu no passado sábado o Parque de Campismo de Albufeira, provocando uma vítima mortal, uma mulher britânica de 85 anos, e mais cinco feridos, dois dos quais em estado grave.

O fenómeno obrigou ao realojamento de 12 famílias dentro das instalações do parque, que, apesar dos estragos, se mantém “aberto e operacional”, segundo a empresa gestora HolaCamp. Os trabalhos de limpeza e remoção de escombros, que se iniciaram no dia seguinte à tempestade, deverão estar concluídos no prazo de uma semana. O tornado danificou cerca de 30 unidades de alojamento, incluindo 25 casas móveis, cinco autocaravanas e várias tendas de ‘glamping’.

A direção do parque informou que a zona afetada foi isolada, mas o resto do complexo funciona normalmente, dado que as infraestruturas principais não sofreram danos significativos.

O presidente da Câmara de Albufeira, Rui Cristina, referiu que os estragos no espaço público foram limitados, consistindo maioritariamente na queda de árvores e sinalética, situações que já foram praticamente resolvidas. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou que o fenómeno foi um tornado com rajadas de vento na ordem dos 220 km/h, que percorreu um trajeto de aproximadamente quatro quilómetros.

Paralelamente, as previsões meteorológicas para o próximo mês de dezembro indicam uma possível mudança no padrão atmosférico.

Segundo o portal Luso Meteo, depois de vários anos com meses de dezembro secos e amenos, os modelos de previsão sugerem um período com tempestades “mais intensas do que o normal”. Esta alteração poderá dever-se a um cenário de bloqueio atmosférico, associado a indicadores como as fases 7 e 8 da MJO e ao comportamento do vórtice polar.

A combinação de ar frio sobre um Atlântico ainda quente pode gerar ciclogéneses rápidas, resultando em ventos fortes, agitação marítima e precipitação intensa, sendo o vento o fator “mais preocupante”. Apesar da previsão de um inverno mais vincado, os modelos não apontam para um cenário de frio excecional, embora não se exclua a ocorrência de neve em cotas médias. A previsão, contudo, ainda acarreta um elevado grau de incerteza.