Ruptura no PSD: Apoio de Rui Rio a Gouveia e Melo Intensifica Duelo Presidencial com Marques Mendes



Rui Rio, antigo presidente do PSD, assumiu um papel central na campanha para as eleições presidenciais ao tornar-se o mandatário nacional da candidatura de Henrique Gouveia e Melo.
Esta decisão representa um desafio direto à estrutura do seu partido, que declarou apoio formal a Marques Mendes.
Rio justifica a sua escolha afirmando que “não estaria bom da cabeça se fosse votar em alguém que pensa o contrário de mim”, sublinhando uma divergência ideológica fundamental com o candidato apoiado pelo PSD.
Nas suas intervenções, Rio tem procurado posicionar Gouveia e Melo como uma figura de centro, descrevendo-o como alguém que, tal como ele próprio, se situa “numas posições mais ao centro-esquerda, noutras mais ao centro-direita”.
Simultaneamente, o antigo líder do PSD tem dirigido duras críticas a Marques Mendes, a quem acusa de “hipocrisia”. A acusação baseia-se no argumento de Mendes de que presidentes oriundos de partidos, como Soares, Sampaio e Cavaco, foram isentos, algo que Rio contesta.
Os artigos referem ainda um passado de “má memória” entre os dois sociais-democratas.
A dinâmica da campanha foi também alterada pela entrada de outros candidatos.
Rui Rio revelou que Gouveia e Melo almoçou com André Ventura com o objetivo de “pôr tudo em pratos limpos” e deixar clara a “incompatibilidade” entre ambos. Contudo, segundo a análise de David Dinis, diretor-adjunto do Expresso, a entrada de Ventura na corrida presidencial prejudicou Gouveia e Melo, que vinha a perder força nas sondagens. Esta nova conjuntura obrigou o almirante a “recentrar e a calibrar o seu discurso”, tornando-o “menos claro” e fazendo-o perder o estatuto de “único soldado que está contra todos ou fora do sistema”.
No que toca a propostas, os candidatos apresentam abordagens distintas para a área da saúde.
Enquanto Gouveia e Melo defende um acordo político para encontrar soluções a médio prazo, Marques Mendes exige “soluções” imediatas.
Outra candidata, Catarina Martins, critica o atual Presidente da República por, na sua opinião, desresponsabilizar o Governo.
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