
Controvérsia Política em Torno da Imigração



O debate em torno da imigração em Portugal intensificou-se após declarações do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que geraram uma resposta contundente por parte de Rui Tavares, porta-voz do Livre. Durante a apresentação de um livro em Lisboa, Passos Coelho alertou que, se a situação da imigração se mantiver, os portugueses poderão sentir-se “estrangeiros na sua própria terra”. O ex-governante baseou-se em dados da AIMA que indicam que o número de cidadãos estrangeiros quadruplicou em sete anos, atingindo cerca de 1,5 milhões no final de 2024, e acusou o PS de oito anos de inação nesta matéria. Em reação, Rui Tavares considerou as palavras de Passos Coelho “escandalosas” e de um “enorme descaramento”. Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder do Livre argumentou que Passos Coelho é a última pessoa que deveria falar sobre portugueses a sentirem-se estrangeiros, acusando-o de, durante o seu governo, ter levado “centenas de milhares de portugueses a sentirem-se estrangeiros no estrangeiro”. Tavares acusou o ex-primeiro-ministro de usar um discurso de “duplicidade, de ambiguidade, de hipocrisia” para ocultar o seu próprio legado.
O porta-voz do Livre desafiou ainda Pedro Passos Coelho a “assumir ao que vem”, sugerindo que este tem intenções de regressar ao poder. Segundo Tavares, a posição de Passos Coelho demonstra que “não acredita em Portugal” e na sua capacidade histórica de integração. Acusou-o também de querer “pôr o tapete vermelho debaixo dos pés de André Ventura”, na esperança de um futuro apoio político, e insinuou uma conspiração entre os dois. A tensão sobre este tema foi também visível num debate televisivo na SIC Notícias, onde o deputado do Chega, Rodrigo Taxa, e a porta-voz do ‘Movimento Vida Justa’, Priscila Valadão, protagonizaram um momento de tensão.
O deputado disse à ativista brasileira para “fazer as malas e voltar para o Brasil” se não estivesse bem em Portugal, o que levou a uma acusação de xenofobia.
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