Relações em Ponto de Rutura: Rússia Culpa Portugal por Fim de Acordo Militar



A embaixada da Rússia em Lisboa justificou a rescisão de um acordo de cooperação militar com Portugal, assinado no ano 2000, com o apoio de Lisboa à “guerra híbrida da União Europeia” contra Moscovo. Segundo o adido de imprensa da embaixada, Aleksei Chekmarev, foi Portugal quem “deu início ao processo de rutura de laços”.
A decisão, que também revogou acordos semelhantes com a França e o Canadá, foi formalizada por um decreto do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.
O acordo visava aprofundar a confiança mútua e a segurança internacional através da cooperação no domínio militar, incluindo a troca de informações sobre problemas político-militares e consultas jurídicas.
De acordo com a embaixada russa, atualmente não há nenhum acordo bilateral em vigor, afirmando que as “ações hostis das autoridades portuguesas paralisaram todo o sistema” de relações. Como exemplo, Chekmarev citou a rescisão, por parte da Assembleia Municipal de Lisboa, de um protocolo de amizade com Moscovo que vigorava desde 1997, uma ação tomada para exigir a retirada das tropas russas da Ucrânia. O diplomata russo sublinhou que a decisão não foi motivada por acontecimentos recentes, mas sim por uma “‘evolução’” das relações bilaterais nos últimos anos, que se encontram “no nível mais baixo da sua história contemporânea”.
A Rússia, acrescentou, “reserva-se o direito de determinar as medidas a tomar dependendo da política hostil das autoridades portuguesas”. Este desenvolvimento ocorre no contexto da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, que mergulhou a Europa na mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial. Portugal apoiou recentemente um plano da Comissão Europeia para usar receitas de ativos russos congelados para financiar Kyiv. Em resposta a medidas semelhantes, o embaixador russo na Alemanha, Serguei Nechayev, alertou para “consequências consideráveis”, classificando qualquer transação sem o consentimento da Rússia como “um roubo”.



















