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Santa Olaia: Descoberta Produção Local de Cerâmica Fenícia que Revolucionou a Tecnologia do Mondego

Uma investigação arqueológica em Santa Olaia, Figueira da Foz, revelou que a sofisticada cerâmica fenícia encontrada na região era produzida localmente, contrariando a ideia de que seria importada e demonstrando uma significativa transferência de tecnologia oriental para o Vale do Mondego durante o primeiro milénio a.C.
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Uma investigação recente, centrada no povoado de Santa Olaia, na Figueira da Foz, alterou a compreensão da influência fenícia na Península Ibérica. As conclusões, parte da tese de doutoramento de Sara Almeida na Universidade de Coimbra, demonstram que a maior parte da cerâmica de estilo fenício encontrada na região ao longo do último século não foi importada, como se pensava, mas sim produzida localmente.

Esta descoberta indica que os fenícios não só estabeleceram um entreposto comercial, mas também transferiram tecnologia avançada para as comunidades locais. Entre os séculos VII e V a.C., os fenícios introduziram no Vale do Mondego inovações tecnológicas de ponta para a época. Entre estas destacam-se os fornos de cerâmica de dupla câmara, que permitiam um controlo superior da temperatura ao separar as peças do fogo, resultando numa cozedura mais uniforme. Além disso, utilizaram os tornos de oleiro mais antigos de que há registo no atual território português. Esta tecnologia contrastava fortemente com a produção manual, de repertório limitado e menos variada, que prevalecia nas zonas do interior, mais afastadas da influência fenícia.

A investigação revela também uma interessante adaptação cultural.

Embora possuíssem tecnologia para produzir cerâmica de outras cores, os artesãos fenícios criaram propositadamente peças de tom cinzento-escuro, semelhantes às produzidas manualmente pelas comunidades indígenas, para ir ao encontro do gosto local.

No entanto, a qualidade superior era evidente, pois as peças eram finas e moldadas em torno.

Esta influência teve um "impacto duplo" nos povoados vizinhos, como Conímbriga e Coimbra, que não só consumiram estes bens, mas também adotaram as novas técnicas produtivas, diferenciando-se tecnologicamente das comunidades mais isoladas.

Originários da região do atual Líbano, os fenícios expandiram-se pelo Mediterrâneo e pela costa atlântica em busca de metais e outros recursos, estabelecendo redes comerciais onde circulavam produtos como vinho, azeite e cerâmica.

O entreposto de Santa Olaia perdeu proeminência a partir do século III d.C., mas a sua importância simbólica perdurou, sendo hoje assinalada pela capela de Santa Eulália.

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