Metrobus do Mondego inicia operação entre a Lousã e Coimbra com reações mistas dos passageiros

Após décadas de espera, o Metrobus do Sistema de Mobilidade do Mondego iniciou a sua operação, prometendo revolucionar a mobilidade entre a Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, mas o arranque foi marcado tanto por esperança como por ceticismo.

O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), conhecido como Metrobus, iniciou a sua operação esta terça-feira, ligando Serpins, na Lousã, à Portagem, em Coimbra, num percurso que substitui o antigo ramal ferroviário, encerrado há 15 anos. A inauguração do troço, que serve também Miranda do Corvo, foi considerada um “dia histórico” pelos autarcas da Lousã, Victor Carvalho, e de Miranda do Corvo, José Miguel Ramos Ferreira, que veem no novo transporte uma forma de reforçar a atratividade da região e criar novas oportunidades.

O primeiro-ministro esteve presente numa das viagens inaugurais e salientou que este é o projeto do género “mais avançado” em Portugal, prevendo replicá-lo noutras cidades.

As reações dos primeiros passageiros foram diversas.

Muitos expressaram esperança e emoção, apesar de alguns contratempos iniciais.

Carina Vaz, de 30 anos, lamentou um atraso superior a 13 minutos e a lotação excessiva de uma das composições, mas ainda assim espera que o serviço, com maior frequência de horários, melhore e se alargue a outros concelhos. Para outros, como Rafael Lopes, de 47 anos, a viagem foi emotiva, recordando as suas ligações pessoais e profissionais com o antigo ramal ferroviário.

Guilhermina Santana, de 65 anos, começou a viagem com saudades da antiga automotora, mas no final reconheceu que o Metrobus é “mais confortável e tem mais horários”.

No entanto, o arranque também foi alvo de ceticismo e críticas.

Liliana Francisco, de 43 anos, mostrou-se pouco impressionada com o atraso no primeiro dia e criticou o que considera ser um tratamento injusto.

Apontou que os habitantes da Lousã e Miranda do Corvo, os mais afetados pelo encerramento da linha, terão apenas meio mês de viagens gratuitas, em contraste com os três meses oferecidos aos utilizadores do troço urbano de Coimbra. Apesar das críticas, a expectativa geral é que o Metrobus, com os seus autocarros elétricos a circular em via dedicada, se torne uma solução de mobilidade eficaz para a região.