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Crise no Setor Têxtil Português

O setor têxtil português enfrenta uma grave crise devido à acentuada quebra na procura, levando a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal a exigir medidas de apoio urgentes para evitar uma vaga de encerramentos de empresas viáveis.
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A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) alertou para as severas dificuldades que a indústria enfrenta, sublinhando que a quebra na procura está a colocar em risco a sobrevivência de empresas financeiramente saudáveis e que realizaram investimentos significativos em sustentabilidade e digitalização. Segundo a diretora-geral da ATP, Ana Dinis, estas empresas, ao verem as suas receitas diminuir, enfrentam agora dificuldades em cumprir as suas responsabilidades financeiras, nomeadamente o pagamento de empréstimos contraídos para modernização. Para mitigar a crise, a ATP defende a implementação de medidas de apoio à tesouraria e à liquidez, como o regresso do regime de ‘lay-off’ simplificado e programas de formação em contexto de trabalho. Ana Dinis rejeita a ideia de novas linhas de crédito como solução, argumentando que estas apenas aumentariam o endividamento de empresas que já se encontram em dificuldades. O objetivo é ajudar as "boas empresas" a atravessar esta fase adversa sem terem de encerrar portas.

A crise no setor têxtil não é exclusiva de Portugal, afetando toda a indústria a nível europeu.

Entre as causas apontadas está um conjunto de fatores como a inflação, a subida das taxas de juro e o crescimento das plataformas de ‘ultra fast fashion’, que têm tido um "impacto gigantesco" no mercado. Acrescem ainda as novas tarifas de 15% impostas pelos EUA sobre as exportações europeias, que, embora recentes, já causaram instabilidade e levaram ao adiamento ou redução de encomendas. Outro fator de pressão é o desvio de produtos asiáticos, alvo de taxas ainda mais altas nos EUA, para o mercado europeu, gerando concorrência desleal.

Perante este cenário, a ATP manifesta-se "apreensiva" e critica a "inação total" por parte dos Estados-membros e das instituições da União Europeia, que, segundo a associação, discutem o problema da ‘ultra fast fashion’ há dois anos sem resultados concretos.

Ana Dinis avisa que, se nada for feito, a perda de postos de trabalho no setor irá agravar-se.

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