
Costa saúda acordo de trégua entre Telavive e Damasco



A província de Sweida, no sul da Síria, foi palco de violentos confrontos que começaram no domingo entre a comunidade drusa local e tribos beduínas sunitas, exacerbando tensões históricas. Os combates resultaram num elevado número de vítimas, com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) a reportar mais de 350 mortos, embora outras fontes mencionem números que chegam aos 600. Em resposta, o governo sírio enviou forças para a região, alegadamente em apoio aos beduínos, mas estas foram acusadas de cometer abusos contra a população local.
A situação escalou com a intervenção militar de Israel, que realizou múltiplos ataques aéreos. Os bombardeamentos visaram não só a cidade de Sweida, mas também alvos estratégicos na capital, Damasco, incluindo o quartel-general do exército e uma área próxima do palácio presidencial, causando a morte de pelo menos 15 membros das forças sírias. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a ação visava proteger os drusos e desmilitarizar a zona a sul de Damasco, insistindo que a calma foi alcançada "pela força". Israel anunciou também o envio de ajuda humanitária à população drusa no valor de 515 mil euros, consistindo em cabazes alimentares e material médico.
A escalada foi contida através de um cessar-fogo alcançado com a mediação dos Estados Unidos, parceiros árabes e a Turquia. O acordo levou à retirada das tropas governamentais sírias de Sweida, com a segurança da província a ser entregue a fações locais e líderes religiosos, conforme anunciado pelo Presidente sírio, Ahmed al-Charaa. Este justificou a decisão como uma forma de evitar uma guerra aberta com Israel. A administração norte-americana, embora tenha mediado a trégua, declarou através do Pentágono que não apoiou os ataques israelitas. O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, saudou o acordo e apelou ao seu cumprimento.
O conflito reflete complexidades geopolíticas mais vastas. Uma análise sugere que a intervenção israelita poderá ter como objetivo a criação de uma zona de tampão e o enfraquecimento do novo regime sírio. A importância estratégica dos Montes Golã, ocupados por Israel, é sublinhada pela sua fonte de água e pela presença de colonatos israelitas. A crise humanitária é evidente, com a única religiosa portuguesa na Síria, a irmã Maria Lúcia Ferreira, a descrever um clima de medo entre as minorias cristãs, que ponderam abandonar o país.
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