Garantias do Governo vs. Realidade no Terreno: A Polémica da Falta de Vacinas da Gripe

A disponibilidade de vacinas contra a gripe em Portugal gerou um debate, com o Governo a negar a existência de uma rutura de stock, apesar de relatos de escassez em vários pontos do país, especialmente para os mais idosos.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, asseguraram que não existe uma falta generalizada de vacinas. Em declarações separadas, ambos os responsáveis atribuíram a situação ao sucesso da campanha de vacinação sazonal deste ano, que registou taxas de adesão “muito superiores às do ano passado”. Segundo Almeida, isto levou a que alguns pontos de vacinação esgotassem as suas doses, tratando-se de “necessidades pontuais” e não de uma rutura de stock. A ministra da Saúde reforçou esta ideia, admitindo que alguns centros de saúde possam ter “stocks reduzidos” devido à “velocidade bastante grande” da vacinação e sugeriu a redistribuição de vacinas entre unidades.

A promessa do Governo é que o problema será resolvido “nas próximas semanas”, com parte da solução a ser implementada “quase imediatamente”.

A escassez é particularmente sentida no que diz respeito às vacinas de dose elevada, fundamentais para a população com mais de 85 anos. Este grupo responde de forma menos eficaz às vacinas administradas à restante população, tornando estas doses específicas cruciais para a sua proteção.

Um dos artigos refere que estas vacinas estão esgotadas em várias zonas do país.

No entanto, esta visão oficial é contrariada.

O médico e comentador Francisco Goiana da Silva afirmou de forma categórica: “Se há unidades de saúde que dizem que não têm vacinas, é porque elas faltam”. Esta declaração põe em causa a narrativa governamental de que se trata apenas de um problema logístico pontual. As declarações de Álvaro Almeida foram proferidas à margem de uma visita ao hospital de Évora, enquanto Ana Paula Martins falava em Portimão, no âmbito de um périplo pelas Unidades Locais de Saúde para preparar a resposta do SNS para o inverno. Sobre este tema, o diretor executivo do SNS garantiu que o plano de contingência está montado e que o país está preparado para as necessidades da estação.