
Dia D para François Bayrou. Governo francês enfrenta moção de confiança com desfecho pré-anunciado



O governo francês, liderado por François Bayrou, enfrenta esta segunda-feira uma moção de confiança na Assembleia Nacional que, segundo todas as previsões, resultará na sua queda.
No centro da crise está a proposta de Orçamento do Estado para 2026, que prevê cortes de 43,8 mil milhões de euros para reduzir o elevado défice e a dívida pública do país. As medidas incluem o congelamento de despesas públicas e da indexação de pensões, a redução na contratação de funcionários públicos, a abolição de dois feriados e o aumento de impostos, o que gerou uma forte contestação política e social. A queda do executivo é dada como praticamente certa, uma vez que os principais partidos da oposição, desde a esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon à extrema-direita de Marine Le Pen e Jordan Bardella, passando pelo Partido Socialista, já anunciaram o seu voto contra. Bayrou não conseguiu obter o apoio necessário para a sua proposta, que visa reduzir o défice de 5,8% do PIB para 2,8% até 2029, num parlamento profundamente fragmentado desde as eleições legislativas de 2024.
Com o chumbo do governo, a decisão sobre o futuro político do país passa para o Presidente Emmanuel Macron, cuja popularidade se encontra em mínimos históricos.
Os cenários em cima da mesa são complexos: nomear um novo primeiro-ministro, o que seria o quinto em menos de dois anos, e que teria de obter a confiança de um parlamento hostil; dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, arriscando um resultado incerto; ou a própria demissão do Presidente, uma exigência da oposição e da maioria dos franceses, segundo sondagens recentes, embora Macron tenha afirmado que pretende cumprir o seu mandato até 2027. Esta instabilidade política agrava a já frágil situação económica de França, que lida com uma dívida pública de cerca de 114% do PIB. A crise está a gerar desconfiança nos mercados financeiros, resultando num aumento dos custos de financiamento da dívida francesa.
Analistas alertam que o impasse político poderá atrasar a consolidação orçamental, aumentar a pressão sobre a notação de crédito do país e atuar como um obstáculo ao crescimento económico europeu.
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