Inês Sousa Real recandidata-se à liderança do PAN num congresso marcado por contestação interna e boicote da oposição



O X Congresso Nacional do PAN decorre em Coimbra para eleger uma nova direção e definir a estratégia política para os próximos anos, num contexto de quebra eleitoral e meses de conturbação interna.
Inês Sousa Real, porta-voz desde junho de 2021 e única deputada do partido, recandidata-se a um terceiro mandato com o objetivo de unir o partido.
A sua moção, “Em frente, pelas causas”, reconhece a “tensão interna” mas apela à reconciliação, comprometendo-se a “reconstruir confiança”.
A sua lista inclui atuais dirigentes como Hugo Alexandre Trindade e Tânia Mesquita, mas nota-se a ausência de outros nomes da atual direção.
As prioridades programáticas focam-se na sustentabilidade, direitos dos animais, justiça social e novos temas como a regulação da inteligência artificial e a saúde mental.
O congresso conta com uma candidatura opositora liderada por Carolina Pia, ex-líder distrital de Viseu, que se demitiu da Comissão Política Nacional por divergências com a direção. No entanto, a lista A de Carolina Pia não comparecerá ao congresso, que boicota por considerar não estarem reunidas “garantias democráticas”. A oposição critica uma norma que impede a eleição de delegados em distritais consideradas inativas, o que, na sua perspetiva, limita o acesso ao voto a filiados em zonas não controladas pela atual liderança.
Apesar da ausência, a candidatura mantém-se no boletim de voto como “meramente simbólica” mas representando um “sinal de vida e de esperança”. A lista opositora submeteu um pedido de impugnação do congresso ao Tribunal Constitucional, que ainda poderá tomar uma decisão.
Inês Sousa Real lamentou a atitude de Carolina Pia, classificando-a como “imaturidade” e uma “falta de respeito para com todos os filiados”, considerando os argumentos da oposição como “falácias”.
Sobre o pedido de impugnação, a porta-voz do PAN afirmou que se trata de um “expediente dilatório”, alegando que não foi feito qualquer requerimento interno prévio ao Conselho de Jurisdição do partido. Carolina Pia, no entanto, desmentiu esta alegação, apresentando um comprovativo de um pedido feito em novembro.












