Financiamento e Inovação: As Chaves para a Competitividade de Portugal



A gestora portuguesa Indico Capital Partners anunciou a criação de um novo fundo, o Indico VC Fund III, com um capital objetivo de 125 milhões de euros, dos quais 30 milhões são provenientes do Fundo Europeu de Investimento.
O fundo visa investir em empresas tecnológicas em fase inicial em Portugal, Espanha e Itália, bem como na diáspora destes países, focando-se em áreas como software as a service (SaaS), inteligência artificial (IA), deep tech, e tecnologia espacial e oceânica. Stephan de Moraes, cofundador da Indico e presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), destaca as dificuldades em captar capital em Portugal, onde investidores institucionais e famílias preferem ativos mais tradicionais e de menor risco. Apesar de o ecossistema português de startups estar mais maduro, ainda não se compara em massa crítica e capital disponível a mercados como o francês, alemão ou norte-americano. De Moraes considera que, no sul da Europa, existe um equilíbrio mais adequado entre a disponibilidade de capital e o número de oportunidades existentes. Na qualidade de presidente da APCRI, de Moraes defende junto do Governo a implementação de três medidas para dinamizar o setor: a criação de um Fundo de Fundos gerido pelo Banco Português de Fomento (BPF) para corrigir a falha de mercado na ausência de capital institucional privado suficiente; a concessão de garantias públicas parciais a investidores institucionais privados para incentivar o investimento nesta classe de ativos; e a alteração da designação legal do setor de “Capital de Risco” para “Capital de Investimento”. Adicionalmente, apela a uma aplicação uniforme das regulações europeias, criticando a tendência portuguesa para o “gold plating”, que acrescenta camadas de exigência e dificulta os investimentos. A nível europeu, de Moraes sublinha a importância de avançar com a União dos Mercados de Capitais para criar um mercado com profundidade suficiente para que as empresas europeias possam crescer e ser adquiridas dentro da Europa, evitando a sua venda a fundos e empresas norte-americanas.
A relevância do financiamento para a competitividade foi também ecoada pelo Primeiro-ministro, Luís Montenegro.
A importância crescente do setor é ainda assinalada pelo reforço de equipas especializadas em private equity, como a integração de Cristina Vergueiro na sociedade de advogados Pérez-Llorca.



















