Ataques a Civis no Sudão Revelam Escalada da Brutalidade e Agravamento da Crise Humanitária



Na cidade de Kalogi, na região sudanesa de Kordofan, uma série de ataques com drones atribuídos às Forças de Apoio Rápido (FSR) e seus aliados causou a morte a dezenas de civis.
Os alvos foram uma creche, um hospital e as pessoas que tentavam prestar socorro às vítimas, segundo um responsável administrativo local.
A verificação independente da informação é dificultada pelas condições de acesso e comunicação na região.
O número de vítimas mortais permanece incerto, com diferentes fontes a apresentarem balanços distintos.
Um responsável local contactado pela AFP referiu 79 mortos, dos quais 40 eram crianças, enquanto autoridades alinhadas com o exército apontaram para 79 mortos, incluindo 43 crianças.
A UNICEF confirmou a morte de mais de 10 crianças, e a União Africana registou mais de 100 mortos, condenando as “crescentes atrocidades cometidas contra civis”.
A UNICEF classificou o ataque como uma “violação horrível dos direitos da criança”.
A guerra civil no Sudão, que começou em abril de 2023, já provocou dezenas de milhares de mortos e 12 milhões de deslocados, originando a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU. Estes ataques surgem após a tomada de El-Facher pelas FSR, que agora avançam sobre Kordofan, uma região estratégica do ponto de vista agrícola, mineiro e logístico.
Analistas consideram que a ofensiva visa quebrar as defesas do exército para lançar um ataque sobre a capital, Cartum.
A ONU teme “uma nova onda de atrocidades”, recordando os massacres, violações e pilhagens que se seguiram à queda de El-Facher.
O conflito é marcado por acusações mútuas entre o exército e os paramilitares, bem como por ataques a comboios de ajuda humanitária.
Um camião do Programa Alimentar Mundial foi atacado no norte de Darfur, e as FSR acusaram o exército de bombardear a passagem de Adre, na fronteira com o Chade, embora fontes locais atribuam o incidente ao incêndio de um camião-cisterna. O exército acusa os Emirados Árabes Unidos de fornecerem armas às FSR, uma alegação que Abu Dhabi nega, apesar de relatórios internacionais indicarem o contrário.












