Exército do Sudão do Sul e paramilitares sudaneses confrontam-se na região petrolífera de Heglig

O Exército do Sudão do Sul confirmou a ocorrência de confrontos com o grupo paramilitar sudanês Forças de Apoio Rápido (RSF) na região petrolífera de Heglig, na fronteira entre os dois países. As autoridades sul-sudanesas descrevem os combates como "limitados" e já controlados, mas fontes anónimas apontam para um número significativo de baixas.

O Exército do Sudão do Sul confirmou confrontos armados com as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar sudanês, na zona petrolífera de Heglig, que se situa na fronteira entre o Sudão e o Sudão do Sul. De acordo com as autoridades sul-sudanesas, os combates, que começaram no sábado à noite, foram "muito limitados".

Um porta-voz militar, o major John Mayen, assegurou que a situação foi contida rapidamente sob a supervisão do chefe do Estado-Maior, General Paul Nang Majok, e que não há "motivos para alarme". No entanto, esta versão contrasta com informações de fontes do Exército do Sudão que, sob anonimato, revelaram à agência EFE que os confrontos resultaram em "dezenas de baixas de ambos os lados". Segundo estas fontes, os combates iniciaram-se após uma tentativa das RSF de se posicionarem em Heglig para consolidar o seu controlo, provocando as forças sul-sudanesas. Oficialmente, tanto o Exército do Sudão do Sul (SSPDF) como as RSF concordaram em não divulgar o número de vítimas. Representantes de ambas as partes estão a realizar reuniões para evitar uma escalada que alastre a guerra do Sudão ao país vizinho. A região de Heglig é um ponto estratégico e de tensão histórica desde a independência do Sudão do Sul em 2011.

A segurança destas instalações é crucial para a economia sul-sudanesa, que depende largamente das exportações de petróleo que transitam pelo território sudanês. O campo petrolífero, que contém 75 poços e produz cerca de 20.000 barris por dia, é gerido por forças do Sudão do Sul desde meados de dezembro, ao abrigo de um acordo tripartido para garantir a segurança das instalações. O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, tem liderado esforços para proteger o campo, especialmente desde que as RSF o tomaram em dezembro, após a retirada do exército sudanês.