O Futuro da Mobilidade Regional: Algarve e Tâmega e Sousa Apostam em Transportes Públicos Integrados

As regiões do Algarve e de Tâmega e Sousa estão a reestruturar os seus sistemas de mobilidade, com a implementação de novas redes de transporte público e projetos de longo prazo que visam reduzir a dependência do automóvel e promover uma deslocação mais sustentável.

Duas regiões portuguesas, Tâmega e Sousa e o Algarve, estão a avançar com ambiciosos planos para reformular a mobilidade e o transporte público, visando sistemas mais eficientes, integrados e sustentáveis.

Na região do Tâmega e Sousa, a nova rede de transportes rodoviários, designada “Linhas”, tem início de operação previsto para 17 de dezembro. Desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa em colaboração com os seus 11 municípios, o projeto representa um investimento anual de 15,5 milhões de euros.

A nova rede contará com uma frota de 250 autocarros, servindo 50 linhas inter-regionais, 37 intermunicipais, 122 municipais e sete urbanas. O sistema tarifário foi renovado com a introdução do passe único “Três Rios”, com modalidades que variam entre 20 e 50 euros, incluindo uma opção que permite a ligação com a Área Metropolitana do Porto.

O sistema de bilhética está preparado para a futura integração no bilhete único nacional através do projeto 1Bilhete.pt. No Algarve, o debate sobre a mobilidade do futuro, realizado na tertúlia “Teia D’Ideias”, evidenciou os desafios de uma região com baixa utilização de transporte público e elevada dependência do automóvel. A Associação de Municípios do Algarve (AMAL) está a preparar um novo concurso público para a gestão do transporte regional, que lhe permitirá maior controlo sobre a rede e os horários.

Para incentivar o uso, foi lançado o “Passe Algarve” a 40 euros e adotada a plataforma Bilhete.pt para consulta de informação. Entre os projetos futuros para a região algarvia, destaca-se o Metro de Superfície (Metrobus), uma infraestrutura de 38 km que ligará polos como o Aeroporto de Faro e a universidade, e que já tem 60% do financiamento assegurado. O município de Portimão planeia igualmente uma linha de autocarros elétricos e gratuitos para ligar a Lagoa, bem como a criação de mais ciclovias e a melhoria das condições para os peões.

Ambos os casos regionais demonstram uma aposta clara num planeamento urbano que prioriza as pessoas e a mobilidade sustentável.