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Tarifas dos EUA e Desafios Operacionais Reduzem Lucros da Volkswagen e Mercedes-Benz para Metade

Os grupos automóveis alemães Volkswagen e Mercedes-Benz registaram quebras acentuadas nos seus lucros nos primeiros nove meses do ano, impactados por uma conjuntura adversa marcada pelas tarifas comerciais impostas pelos EUA e por desafios operacionais e estratégicos internos.
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O Grupo Volkswagen viu os seus lucros caírem 53% até setembro, para 3.523 milhões de euros. O terceiro trimestre foi particularmente negativo, com prejuízos de 482 milhões de euros, em forte contraste com o lucro de 1.193 milhões de euros no mesmo período do ano anterior. Segundo o responsável financeiro do grupo, Arno Antlitz, esta quebra deve-se a custos adicionais de 7.500 milhões de euros, resultantes do aumento das tarifas impostas pelos EUA e de um ajuste na estratégia da Porsche para manter a produção de modelos com motor de combustão. Sem estes encargos, a rentabilidade operacional seria de 5,4%.

Apesar da queda nos lucros, a faturação manteve-se estável em 238,7 mil milhões de euros, com um aumento de 1,8% nas vendas globais de veículos, impulsionado pelo crescimento na Europa e na América do Sul, que compensou as quedas na China e na América do Norte. A Mercedes-Benz enfrentou um cenário semelhante, com os seus lucros a recuarem 50,3% para 3.878 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A fabricante de Estugarda atribuiu os resultados à descida de 8% nas vendas de veículos, para 1.341.427 unidades, e ao aumento de custos associados às tarifas norte-americanas. As receitas também caíram 8%, para 98.524 milhões de euros.

A empresa destacou ainda "condições comerciais desafiantes na China" e uma "gestão cautelosa do 'stock' nos Estados Unidos" como fatores que influenciaram o desempenho. As vendas caíram 1% na Europa, 10% nos EUA e 18% na China.

Ambas as empresas enfrentam um novo desafio relacionado com o fornecimento de semicondutores, devido a problemas com a empresa holandesa Nexperia, cuja exportação de ‘chips’ foi interrompida pela China após o governo holandês ter assumido o controlo da empresa.

Tanto o CFO da Volkswagen como o presidente da Mercedes-Benz, Ola Källenius, consideram que a solução para a escassez de ‘chips’ é "política".

A Volkswagen, que já garantiu a produção a curto prazo, toma decisões semanais sobre o assunto.

As previsões do grupo para 2025 apontam para uma manutenção das vendas ao nível de 2024, mas alertam que estas projeções dependem da "disponibilidade adequada de semicondutores".

Adicionalmente, o Grupo Volkswagen planeia cortar 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030.

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