O Legado de Zeca Afonso em Palco: Um Pedido de Força Contra as Ameaças à Democracia



O Teatro Experimental do Porto (TEP) apresenta a peça 'José Afonso, ao vivo nos Coliseus, 1983', um espetáculo multidisciplinar que recria os concertos históricos do músico.
Com encenação de Gonçalo Amorim, a produção estreia-se esta sexta-feira no Teatro Rivoli, no Porto, com mais uma sessão no sábado, antes de seguir para a Culturgest, em Lisboa, em dezembro.
O projeto, uma "vontade muito antiga" do TEP, visa pedir "energia e força ao José Afonso para um tempo confuso, difícil", conforme explicou o encenador.
A peça surge num contexto de preocupação com o estado atual da democracia.
Gonçalo Amorim afirma que não são apenas "as ideias da revolução que estão sob ameaça, é a própria democracia".
O espetáculo posiciona-se como um "abrigo" no legado do poeta e compositor, utilizando a sua memória para enfrentar o que o encenador descreve como um "revivalismo da ditadura".
Esta urgência reflete-se num momento simbólico da peça: a interrupção do anúncio de 'Grândola, Vila Morena', justificada pela "dificuldade agora de cantar o 'Grândola' a plenos pulmões" quando a revolução está "sob ataque".
Em palco, a personagem de José Afonso é interpretada por Mariana Leite Soares, que também assume a direção musical.
O espetáculo recupera as falas exatas do músico em 1983, numa altura em que já se encontrava debilitado pela esclerose lateral amiotrófica.
A atmosfera recria a "enorme camaradagem" e o sentimento de despedida desses concertos.
A dramaturgia, coordenada por Rui Pina Coelho, inclui textos de quatro escritores convidados (Miguel Cardoso, Lígia Soares, Marta Figueiredo e Susana Moreira Marques), lidos por atores posicionados no meio do público, esbatendo a fronteira com o palco.
O espetáculo, que contou com o envolvimento da família de José Afonso, procura sublinhar o seu "forte compromisso político", evitando uma imagem "consensual e inócua".
Temas como 'Vampiros' e 'Um Homem Novo Veio da Mata' fazem parte do alinhamento, sendo que durante este último é projetada a frase 'E a Palestina às escuras!'.
A produção é uma colaboração entre o TEP, o Teatro Municipal do Porto, a Culturgest, o Centro Dramático Galego e o Cineteatro Louletano.
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