Proposta de Reforma da Emergência Médica Pré-Hospitalar

As ordens dos Médicos e dos Enfermeiros apresentaram uma proposta conjunta para reformar o Sistema Integrado de Emergência Médica, defendendo um maior controlo por parte destes profissionais, o que gerou descontentamento entre os técnicos de emergência.

As ordens profissionais dos Médicos e dos Enfermeiros enviaram uma proposta conjunta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para o futuro do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).

O documento defende que, apesar de o modelo português possuir "uma rede adequada de socorro", existem constrangimentos estruturais, organizativos e de recursos humanos que comprometem a sua capacidade de resposta e colocam em risco a qualidade da assistência. A principal diretriz da proposta é que toda a intervenção de emergência médica pré-hospitalar ocorra "sob supervisão médica" e em conformidade com os atos médicos e de enfermagem.

As ordens consideram que a prioridade deve ser "o reforço e a qualificação do modelo já existente" para garantir elevados padrões de qualidade e segurança. Entre as medidas sugeridas, destaca-se o reforço dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), considerados um pilar essencial, através da adoção de medidas de atratividade e retenção de médicos e enfermeiros para garantir recursos humanos qualificados. A proposta aborda os três níveis de suporte do sistema.

Para o Suporte Básico de Vida (SBV), maioritariamente assegurado por bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, exige-se a uniformização da formação. Para o Suporte Imediato de Vida (SIV), com equipas de enfermeiros e técnicos, sugere-se uma análise para instalar novas ambulâncias em locais com tempos de resposta frágeis. Relativamente ao Suporte Avançado de Vida (SAV), composto pelas Viaturas de Emergência Médica e Reanimação (VMER), defende-se o reforço do investimento em formação e investigação para criar normas clínicas transversais.

Esta visão, no entanto, não é unânime.

A Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM), através do seu presidente Paulo Paço, lamentou a proposta das duas ordens profissionais, acusando-as de insistirem em "perpetuar um sistema que tem dado provas das suas mais diversas falhas".

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