Filiais de empresas estrangeiras em Portugal pagam salários 44,2% mais altos que as nacionais

As filiais de empresas estrangeiras em Portugal destacam-se por uma maior produtividade e por oferecerem salários significativamente superiores aos das empresas nacionais, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2024.

De acordo com os dados do INE, a produtividade aparente do trabalho nas filiais estrangeiras foi de 57.767 euros por pessoa, superando em 69,6% a das empresas nacionais.

A remuneração média mensal atingiu os 1.854 euros, um valor 44,2% superior ao pago pelas sociedades portuguesas.

Este diferencial salarial tem sido uma constante, com as filiais estrangeiras a pagarem, em média, mais 427 euros por mês do que as empresas nacionais entre 2010 e 2024. Em 2024, o número de filiais de empresas estrangeiras em Portugal cresceu 3,4% face ao ano anterior, totalizando 11.066, o que representa 2,1% do total das sociedades não financeiras. Estas empresas empregavam cerca de 704 mil pessoas (18,3% do emprego total do setor) e geraram um volume de negócios de 162 mil milhões de euros e um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 41 mil milhões, correspondendo a 29,3% e 27,9% dos totais nacionais, respetivamente. Em termos de dimensão, cada filial empregava em média 64 pessoas, um número muito superior à média de seis pessoas nas empresas nacionais. O VAB das filiais estrangeiras registou um crescimento nominal de 7,4% em 2024, ligeiramente acima dos 7,1% verificados nas sociedades nacionais.

A maior parte deste valor (67,7%) teve origem em empresas controladas por entidades da União Europeia, com a França a destacar-se como o principal país de origem do capital (20,8%).

As exportações das filiais de empresas estrangeiras corresponderam a 37,2% do total das exportações nacionais de bens. Contudo, em 2024, registaram uma ligeira diminuição de 0,1% (36 milhões de euros), interrompendo a trajetória ascendente dos anos anteriores, num período em que as exportações totais do comércio internacional cresceram 2%.