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Disputa Eleitoral em Lisboa: Tribunal Constitucional Rejeita Recurso do Chega e Mantém Recontagem de Votos

O Tribunal Constitucional considerou “legalmente inadmissível” o recurso do partido Chega relativo aos resultados das eleições autárquicas em Lisboa, permitindo que avance a recontagem de votos que poderá ser decisiva para a atribuição de um vereador.
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O Tribunal Constitucional (TC) rejeitou o recurso apresentado pelo Chega contra um acórdão anterior que determinava a recontagem dos votos numa secção de voto em Lisboa. Os juízes do Palácio Ratton, em plenário, consideraram o recurso “legalmente inadmissível” e a pretensão “manifestamente infundada”, o que remove o efeito suspensivo e permite que a recontagem avance.

A disputa tem origem nos resultados das eleições autárquicas de 12 de outubro para a Câmara Municipal de Lisboa. Na sequência de um recurso da CDU, o TC tinha ordenado a recontagem dos votos na secção n.º 28 da freguesia de São Domingos de Benfica. Adicionalmente, o mesmo acórdão validou um voto nulo a favor da CDU e declarou nulo um voto que tinha sido atribuído ao Chega, decisões que reduziram a vantagem do Chega para apenas um voto. Inconformado, o Chega recorreu desta decisão, argumentando que a validação do voto para a CDU era “errada e revela uma certa parcialidade”.

O partido fundamentou o seu recurso na necessidade de “uniformização da jurisprudência”, alegando que o acórdão violava princípios e decisões anteriores do próprio TC e que a sua não aceitação resultaria numa aplicação não uniforme da lei. O partido pediu, por isso, a anulação da decisão e a reposição do resultado da ata de apuramento geral.

A CDU foi a única entidade a responder à notificação do TC, pronunciando-se pela rejeição do recurso. O TC deliberou que o recurso do Chega não cumpria os pressupostos legais, uma vez que o acórdão original foi proferido pelo plenário do Tribunal Constitucional, que integra todos os juízes.

Como tal, um recurso para o mesmo colégio pleno “falece de fundamento material”.

A diferença de votos entre o Chega e a CDU é crucial, pois determinará a atribuição de vereadores.

O partido que ficar à frente elege dois mandatos, enquanto o outro consegue apenas um. Se os resultados atuais se confirmarem, o Chega será a terceira força política e a CDU perderá um dos dois vereadores que elegeu em 2021.

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