Insolvência da Tecnológica Decsis

A empresa tecnológica Decsis – Sistemas de Informação, sediada em Évora e com cerca de 200 colaboradores, foi declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Évora na sequência de um pedido apresentado pela própria administração devido a “problemas graves de tesouraria”. Na sequência da declaração, foi nomeado Bruno Costa Pereira como administrador de insolvência e fixado um prazo de 30 dias para a reclamação de créditos.

Entre os credores identificados no edital do tribunal constam seis bancos, a Decunify (apresentada como uma empresa do Grupo Decsis), a sucursal de uma multinacional tecnológica e um funcionário.

A administração da Decsis atribui as dificuldades financeiras ao “impacto imediato” da “Operação Nexus”, uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) a alegados crimes de corrupção e fraude na aquisição de sistemas informáticos por entidades públicas. Apesar de a empresa não ser visada na investigação, a sua associação ao caso elevou o risco de crédito “para o nível máximo”, o que levou a banca a cortar todas as linhas de crédito. A isto somaram-se “graves danos reputacionais” que dificultaram a geração de fluxos de tesouraria, obrigando a administração a requerer a insolvência. O administrador de insolvência, Bruno Costa Pereira, reconheceu que a empresa, antes financeiramente estável, se encontra numa “situação difícil” devido à “quebra imediata da confiança” provocada pela operação.

O foco está agora em encontrar uma “solução rápida” para proteger os postos de trabalho dos seus quadros técnicos.

As opções em cima da mesa passam por recuperar a empresa ou transmiti-la a um novo proprietário, garantindo a sua continuidade e o ressarcimento dos credores.

Apesar do processo de insolvência e de salários em atraso (julho e agosto), a administração da Decsis garantiu que a empresa e o seu centro de dados em Évora se mantêm em funcionamento.