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Mãe em Julgamento por Dupla Tentativa de Homicídio do Filho Doente em Coimbra

Uma mulher de 20 anos enfrenta em Coimbra a acusação de ter tentado matar por duas vezes o seu filho de cinco meses, que padece de uma doença genética grave, enquanto este estava internado no Hospital Pediátrico.
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O Tribunal de Coimbra inicia no próximo dia 18 o julgamento de uma mulher de 20 anos, acusada de dois crimes de tentativa de homicídio qualificado contra o seu filho de cinco meses. O bebé, portador de uma doença genética que afeta o seu desenvolvimento físico e intelectual, encontrava-se internado na unidade de cuidados intensivos do Hospital Pediátrico de Coimbra quando ocorreram os alegados crimes, entre 31 de dezembro de 2024 e 2 de janeiro de 2025. A criança tinha sido submetida a um procedimento para aplicação de uma cânula na traqueia para auxiliar a respiração.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a mãe, que acompanhava permanentemente o filho no hospital, terá tentado asfixiá-lo numa primeira ocasião ao introduzir um pedaço de algodão na cânula respiratória. A ação terá provocado uma queda acentuada dos níveis de oxigénio no sangue do bebé, que ficou com a pele azulada e o batimento cardíaco lento.

A equipa médica conseguiu detetar o objeto e estabilizar a criança depois de a arguida ter alertado que o filho não se sentia bem, omitindo o seu ato.

Numa segunda tentativa, a 2 de janeiro, a arguida terá novamente obstruído o equipamento respiratório, desta vez com pequenas bolas de papel feitas a partir de um livro.

Esta ação levou a criança a sofrer uma paragem cardiorrespiratória e uma hemorragia, obrigando a manobras de reanimação urgentes por parte da equipa médica.

A cânula foi removida, desobstruída e recolocada, permitindo a recuperação dos parâmetros normais do bebé.

O Ministério Público sublinha que a arguida era a única pessoa junto da criança em ambas as ocasiões em que os alarmes dos equipamentos médicos dispararam. À data da acusação, em julho, o bebé continuava internado, sem previsão de alta, e as autoridades acreditam que as ações da mãe poderão ter resultado em "consequências permanentes" para o seu desenvolvimento.

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