
Impasse orçamental nos EUA e a questão dos cuidados de saúde



Ao sexto dia do encerramento dos serviços federais nos Estados Unidos, motivado por um impasse orçamental, o Presidente Donald Trump indicou uma surpreendente disponibilidade para alcançar um acordo com os Democratas.
A questão central do diferendo é o financiamento dos cuidados de saúde, nomeadamente os subsídios no âmbito da Lei de Acesso aos Cuidados de Saúde, conhecida como Obamacare. A posição de Trump representa uma inversão face à postura anterior dos Republicanos no Congresso, que exigiam a reabertura do governo como condição prévia para quaisquer negociações. Apesar de admitir que está em curso uma negociação que “pode conduzir a coisas muito boas”, o Presidente não deixou de reiterar as críticas do seu partido, afirmando que se desperdiçam “milhares de milhões e milhares de milhões” no sistema de saúde, alinhando-se com os que pretendem reduzir os custos do Obamacare através do corte de financiamento. Desde o início do 'shutdown', as negociações formais entre os dois partidos têm sido praticamente inexistentes, levando os Democratas a instar Trump a envolver-se diretamente, uma vez que qualquer acordo necessita do seu aval para ser viável.
No entanto, não é claro se os contactos mencionados pelo Presidente se traduzem em conversas diretas da Casa Branca com senadores ou se são apenas diálogos informais de colaboradores próximos.
Do lado republicano, o líder da maioria no Senado, John Thune, também admitiu que “tem de haver um caminho para a frente” na questão dos subsídios, mas sublinhou que a decisão final dependerá da vontade da Casa Branca, revelando que a solução para o impasse está dependente da liderança do executivo.
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