Administração Trump incentiva homens brancos a denunciar discriminação laboral



A administração norte-americana, liderada por Donald Trump, apelou aos homens brancos que se considerem vítimas de discriminação racial ou de género no trabalho para que apresentem queixa junto da Comissão Federal para a Igualdade de Oportunidades no Emprego (EEOC). Num vídeo partilhado pelo vice-presidente JD Vance, a presidente da agência, Andrea Lucas, afirmou que estes homens podem ter direito a indemnização, sublinhando que a EEOC está empenhada em combater todas as formas de discriminação, incluindo contra homens brancos.
Esta ação insere-se numa batalha política mais ampla da administração Trump para desmantelar as práticas de discriminação positiva, conhecidas como políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Estas políticas, implementadas para apoiar minorias, são agora alvo de um movimento conservador que as considera "woke" e "anti-americanas".
O vice-presidente JD Vance classificou o movimento DEI como um "projeto deliberado de discriminação, especialmente contra os homens brancos".
Andrea Lucas corroborou esta visão, denunciando o que descreveu como uma "discriminação generalizada, sistemática e ilegal" que visa principalmente este grupo demográfico.
A EEOC, criada pela Lei dos Direitos Civis de 1964 para combater a segregação racial contra afro-americanos, destaca agora no seu website o apoio a quem alega ser vítima destas políticas.
Contudo, os dados apresentados nos artigos oferecem uma perspetiva contrastante.
Um estudo da Universidade de Massachusetts indica que a proporção de funcionários afro-americanos que apresentam queixas à EEOC é 195 vezes superior à dos funcionários brancos. Além disso, dados dos censos de 2020, analisados pelo Pew Research Center, mostram que o património líquido médio das famílias brancas era cerca de dez vezes superior ao das famílias afro-americanas.


















