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Legado Industrial à Venda: Fábrica da Tupperware em Montalvo Procura Novo Rumo por 10 Milhões de Euros

A histórica fábrica da Tupperware em Montalvo, no concelho de Constância, será colocada à venda por um valor mínimo de 10 milhões de euros, nove meses após a sua declaração de insolvência. O processo visa saldar as dívidas, com especial enfoque nos créditos dos cerca de 200 ex-trabalhadores.
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A unidade fabril da Tupperware em Montalvo, que operava desde 1980, será vendida em pacote integrado, incluindo o edifício, maquinaria e equipamentos. A venda será conduzida pela KPMG através de propostas em carta fechada, com a adjudicação a ser feita à oferta mais alta que cumpra as condições estabelecidas.

Segundo o presidente da Comissão de Credores, Paulo Valério, o processo deverá arrancar nas próximas semanas.

Embora o valor mínimo para a transação seja de 10 milhões de euros, a avaliação atual do complexo industrial é de 8,59 milhões de euros, divididos entre bens imóveis (4,67 M€), bens móveis (3,9 M€) e uma fração rústica (12 mil euros). O passivo global reconhecido no processo de insolvência atinge os 11,47 milhões de euros. Os principais credores são os cerca de 200 trabalhadores que ficaram desempregados, com uma dívida total de 9,074 milhões de euros. Paulo Valério confirmou que aproximadamente um terço deste valor já foi pago pelo Fundo de Garantia Salarial.

A Comissão de Credores espera que o valor da venda permita o ressarcimento total dos créditos laborais, mas tal dependerá das propostas recebidas.

Paralelamente, está em curso a cobrança de dívidas superiores a 15 milhões de euros a empresas do grupo Tupperware na Irlanda e na Suíça. A fábrica, que chegou a empregar 260 pessoas, cessou a produção em janeiro e foi declarada insolvente a 10 de fevereiro, após a revogação das licenças de produção e comercialização da marca em Portugal. O futuro da unidade é incerto; um eventual comprador poderá continuar a atividade industrial, mas a produção de artigos da marca Tupperware não está garantida, uma vez que exigiria a negociação de uma nova licença com os detentores dos direitos da marca.

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