Turismo do Centro diz que visitantes estão a cancelar ou adiar viagens

Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal, afirmou que os incêndios estão a ter um impacto “muito grande” na atividade turística da região, resultando em cancelamentos e adiamentos de reservas, especialmente em hotéis e alojamentos de turismo rural. Esta quebra na procura é atribuída à perceção de insegurança e inacessibilidade gerada pela divulgação global de imagens da destruição, embora Ventura sublinhe que a área ardida não representa a totalidade do território. O presidente da entidade descreveu a situação como “uma ferida aberta, no coração do Centro de Portugal”, um território que se destaca pela sua paisagem e autenticidade. Apesar de a zona afetada ser crucial para o turismo de paisagem, Rui Ventura reforça que “o Centro de Portugal não ardeu todo, tem muito ainda para dar”. A Turismo Centro de Portugal expressou solidariedade para com os autarcas e empresários locais que enfrentam esta “tragédia ambiental”. Em resposta à crise, os serviços da Turismo do Centro estão a contactar os municípios e as empresas do setor, em articulação com o Turismo de Portugal e o Estado, para desenvolver medidas de apoio. Destacando a resiliência dos empresários e da população, Ventura anunciou que já está a ser programada uma campanha para reafirmar a marca Centro de Portugal. Estão também previstas iniciativas para revitalizar as zonas afetadas, como o evento Trail Mont-Blanc, agendado para maio de 2026, nos concelhos de Arganil e Pampilhosa da Serra, com o objetivo de “reerguer aquele território”.

Os incêndios rurais em Portugal continental, que se têm registado desde julho, principalmente nas regiões Norte e Centro, já causaram três mortos e vários feridos.

Segundo dados provisórios, até 20 de agosto, a área ardida no país ultrapassou os 222 mil hectares.