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COP30: Entre a Urgência das Ruas e a Inércia da Diplomacia Climática

A 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), em Belém, no Brasil, decorre num cenário de contrastes, marcado por uma intensa mobilização da sociedade civil que exige ações imediatas e por negociações políticas que, embora resultando em alguns acordos, são criticadas pela sua lentidão.
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A cidade brasileira de Belém, anfitriã da COP30, tem sido palco de manifestações massivas que reúnem dezenas de milhares de pessoas. A “Marcha Global pela Justiça Climática”, descrita como uma das maiores de sempre em conferências do clima, contou com mais de 30 mil ativistas, incluindo a associação portuguesa Zero.

Os manifestantes exigem o fim da exploração da Amazónia, uma transição justa dos combustíveis fósseis para energias renováveis e o reforço da voz das comunidades indígenas.

Pela primeira vez desde 2021, a sociedade civil pôde manifestar-se livremente, contrastando com as edições anteriores no Egito, Dubai e Azerbaijão.

A pressão popular incluiu interrupções das sessões oficiais por parte de grupos indígenas que reivindicam maior participação.

No plano diplomático, a conferência assinalou progressos em áreas específicas.

Mais de uma dezena de países, incluindo o Brasil, França e Alemanha, assinaram uma declaração inédita para combater a desinformação climática, promovendo o acesso a informação baseada em evidências.

Outro marco foi a apresentação do “Plano de Ação em Saúde de Belém”, impulsionado por um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento alerta que as alterações climáticas são uma emergência de saúde global, responsável por mais de 540 mil mortes anuais devido ao calor extremo, e coloca um em cada 12 hospitais do mundo em risco de encerramento. Apesar destes acordos, avoluma-se a crítica de que o foco das negociações oficiais se tem deslocado da mitigação para a adaptação, ou seja, de como travar o aquecimento global para como sobreviver às suas consequências.

Observadores e ativistas apontam para a lentidão dos avanços e a timidez dos compromissos, que evitam confrontar diretamente os interesses da indústria dos combustíveis fósseis.

Este ritmo contrasta com a urgência expressa na “Cúpula dos Povos”, um evento paralelo onde movimentos sociais debatem soluções como a soberania alimentar e a reparação histórica.

Enquanto decorrem os trabalhos da COP30, que termina a 21 de novembro, o futuro das cimeiras também está em discussão.

A organização da COP31 está num impasse entre a Turquia e a Austrália, sem consenso à vista.

Já a COP32, em 2027, deverá ser realizada na Etiópia, após acordo entre os países africanos.

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