menulogo
Notícias Agora
user
Atualidade Sexta-feira, Agosto 8

UE negoceia acordo global de combate aos plásticos

Representantes de 184 países estão reunidos em Genebra, sob a égide da ONU, numa tentativa crucial para redigir o primeiro tratado mundial juridicamente vinculativo para combater a crescente crise da poluição por plásticos.
News ImageNews ImageNews Image

Em Genebra, Suíça, decorrem negociações intergovernamentais com a participação de 184 países para tentar aprovar, em dez dias, o primeiro tratado global sobre plásticos. A sessão (INC5-2), organizada sob os auspícios do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), foi agendada após o fracasso das conversações anteriores em Busan, na Coreia do Sul, em dezembro de 2024, onde um grupo de países produtores de petróleo bloqueou o progresso.

Ao abrir os debates, o diplomata equatoriano Luis Vayas Valdivieso, que preside ao comité, classificou a poluição por plásticos como uma "crise global" que danifica ecossistemas, ameaça a biodiversidade e afeta a saúde humana, apelando à responsabilidade dos Estados.

O principal ponto de discórdia reside no âmbito do tratado. Um grupo de países "ambiciosos", que inclui a União Europeia e faz parte da "Coligação de Elevada Ambição" com 70 nações, defende um acordo que abranja todo o ciclo de vida dos plásticos e inclua uma "meta global de redução" da produção de polímeros plásticos primários. Em oposição, os países produtores de petróleo e a indústria petroquímica pressionam por um tratado focado exclusivamente na reciclagem e na gestão de resíduos.

Esta divisão é complexa, com a diretora da Agência Suíça do Ambiente a afirmar que "não há necessidade de apelar a reduções de produção".

A União Europeia tem sido uma voz ativa na procura de uma solução abrangente. A Comissão Europeia defende um tratado que inclua a eliminação progressiva de certos produtos de plástico de risco e promova a gestão ambientalmente correta dos resíduos. Segundo dados do PNUA de 2021, a produção anual de plástico atinge 400 milhões de toneladas, mas apenas 9% é reciclado. A Comissária Jessika Roswall alertou que, se a situação se mantiver, a produção de plástico triplicará até 2060.

A pressão sobre os negociadores é intensificada por cientistas e mais de 600 organizações não-governamentais (ONG).

Um relatório na revista The Lancet destacou a poluição plástica como um risco "grave e crescente" para a saúde. Mais de 500 ONG francófonas apelaram a um tratado "vinculativo" e focado na redução da produção.

Em contrapartida, representantes da indústria química, como Matthew Kastner dos EUA, defendem o papel vital do plástico na saúde pública e segurança alimentar.

Artigos

5

Atualidade

Ver mais
categoryVer categoria completa
Close