Fim da Linha em Cascais: A Captura do 'Hulk' Brasileiro e a Expansão do PCC para Portugal



A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na zona de Lisboa, Ygor Daniel Zago, de 44 anos, conhecido como “Hulk”, e a sua mulher, Fernanda Ferrari Zago, de 40 anos. Considerado um dos maiores traficantes internacionais de droga do Brasil e um dos principais chefes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o casal residia num condomínio de luxo em Cascais desde meados de 2025. A detenção, descrita como discreta e realizada pela Unidade de Informação Criminal da PJ, ocorreu no cumprimento de mandados de detenção internacionais emitidos pelas autoridades judiciárias brasileiras. O casal é suspeito da prática dos crimes de associação criminosa, corrupção e branqueamento de capitais. Estas acusações estão ligadas a uma fraude milionária descoberta no Brasil em 2023, após a apreensão de 30 mil litros de metanol. A investigação revelou uma rede criminosa que se dedicava ao comércio de combustível adulterado, à corrupção de funcionários públicos e à ocultação de bens.
Ygor Zago é apontado como o líder da organização, responsável por todas as decisões, pela emissão de ordens e pela gestão financeira do grupo. Fernanda Zago é suspeita de auxiliar na ocultação de bens e valores, tendo sido detetados fundos ilícitos da organização na sua conta bancária. Por estes crimes, poderão ser condenados a uma pena de 12 anos de prisão. O historial criminoso de “Hulk” é extenso.
Em 2014, foi condenado a 29 anos de prisão por um esquema de tráfico transatlântico entre o PCC e a máfia dos Balcãs, mas aguardava a decisão judicial em liberdade. Em junho de 2021, foi novamente detido com a mulher no Brasil, durante a “operação Neptuno”, que visava membros de topo do PCC. Nessa operação, as autoridades brasileiras apreenderam uma vasta gama de bens de luxo, incluindo um Ferrari, um helicóptero, uma aeronave, iates e motos de água, que refletiam o seu estilo de vida de ostentação.
Após fugir do Brasil através do Peru, Ygor Zago viajou para Itália, aproveitando a sua dupla nacionalidade (brasileira e italiana), antes de se instalar em Portugal em maio ou junho.
A sua mulher juntou-se-lhe dois meses depois.
Na altura da sua entrada em território nacional, os mandados de detenção internacionais ainda não estavam ativos. O casal aguarda agora em Portugal a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre o processo de extradição para o Brasil.













