Entre a Diplomacia e o Fogo: Plano de Paz da ONU para Gaza Sob a Sombra da Escalada Militar



O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução, baseada numa proposta do Presidente norte-americano Donald Trump, que estabelece um plano de paz para Gaza. A medida prevê a criação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) temporária, com a missão de garantir as fronteiras do enclave com Israel e o Egito, proteger civis e formar uma nova força policial palestiniana até dezembro de 2027. No âmbito desta iniciativa, os Estados Unidos convidaram o Iémen a integrar a força, embora a participação de países árabes e islâmicos permaneça incerta.
A reação ao plano foi díspar: enquanto o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o saudou, o Irão e o Hamas rejeitaram-no, considerando que priva os palestinianos dos seus direitos fundamentais e impõe uma tutela internacional.
A relatora da ONU, Francesca Albanese, criticou duramente a resolução, afirmando que esta serve os interesses israelitas e norte-americanos e consolida a "presença ilegal de Israel".
Contrariando os esforços diplomáticos, a violência intensificou-se drasticamente.
Em Gaza, ataques aéreos israelitas resultaram na morte de pelo menos 22 pessoas, incluindo três crianças. Israel justificou as ações como uma retaliação a disparos de militantes do Hamas na zona de Khan Yunis, que considerou uma violação do cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro.
A relatora da ONU, no entanto, denunciou que o cessar-fogo não foi cumprido "nem por um único dia", com 250 a 300 palestinianos mortos em Gaza desde a sua implementação.
A escalada estendeu-se também ao Líbano, onde Israel tem realizado bombardeamentos quase diários, apesar de um cessar-fogo com o Hezbollah.
Um ataque israelita ao maior campo de refugiados palestinianos do país, em Sidon, causou 13 mortos. O exército israelita alegou ter atingido um centro de treino do Hamas, mas o grupo palestiniano negou a existência de instalações militares no local, afirmando que o alvo era um centro desportivo. Outros ataques israelitas no sul do Líbano mataram alegados membros do Hezbollah e civis, incluindo um motorista de autocarro.
Na Cisjordânia, a violência também persiste, com um ataque palestiniano a provocar a morte de um israelita, levando Netanyahu a prometer "concluir a guerra em todas as frentes".



















