Quase 29% dos imigrantes em Portugal vivem em situação de pobreza apesar da elevada taxa de emprego



Por ocasião do Dia Mundial dos Migrantes, a Pordata divulgou um retrato da população estrangeira em Portugal, que ultrapassou 1,5 milhões de pessoas no final de 2024, quadruplicando em sete anos. O relatório destaca que, apesar de uma elevada taxa de emprego, 28,9% dos imigrantes encontram-se em situação de pobreza ou exclusão social, um valor quase dez pontos percentuais acima do registado para a população de nacionalidade portuguesa (19,2%). Ainda assim, a situação em Portugal é mais favorável do que a média da União Europeia, onde cerca de 40% dos estrangeiros enfrentam o mesmo risco. No mercado de trabalho, 76,5% dos estrangeiros entre os 25 e os 64 anos estavam empregados em 2024, uma taxa ligeiramente inferior à dos portugueses (81,9%). No entanto, a taxa de desemprego entre os imigrantes (11,5%) era mais do dobro da verificada nos cidadãos nacionais (5%). As desigualdades de género são particularmente acentuadas na população estrangeira: a taxa de desemprego das mulheres imigrantes (14,6%) é quase o triplo da registada entre as mulheres portuguesas (5,3%), e a sua taxa de emprego (68,5%) é 11 pontos percentuais inferior. O crescimento da população estrangeira reflete-se também no sistema de ensino. Entre 2020 e 2023, o número de alunos com pelo menos um progenitor de nacionalidade estrangeira aumentou 58%, para mais de 206 mil. Em 2024, foi atribuída a nacionalidade portuguesa a 20.624 cidadãos estrangeiros residentes, um aumento de 21% face ao ano anterior.
O Brasil continua a ser a principal nacionalidade de origem, com quase 485 mil residentes, cinco vezes mais que a Índia, o segundo país mais representado.
Relativamente aos fluxos migratórios, Portugal apresentou um saldo migratório positivo de 143.641 pessoas em 2024, resultado da entrada de 177.557 pessoas e da saída permanente de 33.916.
A emigração continua a ser maioritariamente composta por cidadãos portugueses, com os jovens entre os 20 e os 34 anos a representarem o grupo mais prevalente, atingindo 57% do total em 2024.














