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Indisciplina e desafios da profissão docente em Portugal

Um inquérito internacional da OCDE revela que um terço dos professores em Portugal se queixa de indisciplina nas aulas, um problema que se agravou desde 2018 e que afeta desproporcionalmente os docentes mais jovens.
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De acordo com o inquérito Teaching and Learning International Survey (TALIS) 2024 da OCDE, que auscultou mais de 280 mil docentes de 55 sistemas de ensino, a indisciplina nas salas de aula é uma preocupação crescente em Portugal. Mais de 33% dos professores portugueses queixam-se de ruído e desordem, um valor superior à média da OCDE (um em cada cinco) e que coloca o país ao lado do Chile, Finlândia e África do Sul entre os que reportam mais problemas.

O tempo gasto a manter a disciplina aumentou desde o último inquérito em 2018.

O estudo destaca uma tendência preocupante: as turmas consideradas mais complicadas, com alunos mais problemáticos ou com dificuldades de aprendizagem, são maioritariamente atribuídas aos professores mais novos e menos experientes.

Portugal é um dos países onde esta prática é mais acentuada.

Esta situação contribui para que 27% dos professores portugueses com menos de 30 anos considerem abandonar a profissão nos próximos cinco anos.

Em contraste, os docentes mais velhos tendem a ficar com as melhores turmas. Para fazer face a estes desafios, 24% dos professores mais jovens solicitaram mais formação em gestão de comportamento. Apesar das dificuldades, a maioria dos professores em Portugal manifesta satisfação geral com a profissão e com o ambiente de trabalho na sua escola. Contudo, são dos que mais se queixam de excesso de trabalho, com mais de metade a relatar stress devido ao excesso de aulas, em comparação com a média de 31% da OCDE. A classe docente portuguesa é das mais envelhecidas e experientes, mas também das mais qualificadas academicamente, com mais de 90% a possuir pelo menos um mestrado.

O inquérito abordou ainda a utilização de tecnologia, revelando que apenas 30% dos professores em Portugal recorrem à Inteligência Artificial, abaixo da média da OCDE, apontando a falta de conhecimentos e de equipamento como principais barreiras. A remuneração é citada como um fator crucial para atrair e reter profissionais, embora a satisfação com as condições de trabalho em geral seja um indicador mais forte das intenções de carreira.

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Associações de produção de cereais (praganosos, milho e arroz) alertam para “situação de emergência” no setor

A Associação de Produtores de Cereais (ANPOC), Associação dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) e a Associação de Orizicultores de Portugal (AOP) denunciam uma “grave crise no setor”. Exigem a “implementação imediata” da Estratégia +Cereais.O setor dos cereais em Portugal ocupa uma área que ronda os 250 mil hectares e está presente em cerca de 95 mil explorações agrícolas distribuídas de Norte a Sul do país. A “queda abrupta dos preços à produção” gerada pela “entrada massiva de grão importado de países terceiros” e em resultado do “aumento dos custos de produção” de cereais em Portugal está a gerar uma “situação de emergência no setor”.A ANPOC, ANPROMIS e AOP, associações representativas da produção de cereais (cereais praganosos, milho e arroz) em Portugal alertaram nesta segunda-feira, 6 de outubro, para aquilo a que chamam “uma situação de emergência”.Dizem que, “nos últimos seis anos, desde a campanha 2020, os custos médios aumentaram cerca de 55% enquanto o cereal valorizou apenas 20%”. Artigo relacionadoCereais e oleaginosas. Sovena ganha concessão do Terminal de Granéis Alimentares de Palença por 40 anosPara estas três associações do setor “esta concorrência desleal está a colocar em risco centenas de explorações e a ameaçar um setor considerado estratégico para a soberania alimentar nacional”.A ANPOC, ANPROMIS e AOP queixam-se que “os agricultores portugueses são obrigados a cumprir regras ambientais, fitossanitárias e laborais muito exigentes, enquanto nos portos entram cereais produzidos em países com critérios muito menos rigorosos”. E denunciam que “não há igualdade de condições”. As associações alertam que este cenário faz crescer o “sentimento de revolta no terreno”, havendo cada vez mais agricultores que “ponderam não avançar com as sementeiras na próxima campanha”, em virtude de os custos de produção deixarem de ter “correspondência no preço pago”.Avisando que “as contas não fecham e trabalhar no vermelho deixou de ser sustentável”, as associações da produção de cereais exigem “medidas urgentes“ e “uma resposta imediata do Governo português e da União Europeia”.Execução da Estratégia +Cereais Entre as medidas que querem ver implementadas, a ANPOC, ANPROMIS e AOP falam da Estratégia +Cereais, que querem ver executada através de “todas as dezassete medidas aí previstas”.A ANPOC, ANPROMIS e AOP advertem: A produção de cereais em Portugal não é apenas uma atividade económica; “está em causa a preservação de solos agrícolas.Também a futura Política Agrícola Comum (PAC 2028-2034) está em cima da mesa. As associações do setor dos cereais querem que o orçamento seja “reforçado e ajustado à inflação” e que “preserve a sua natureza comum e os dois pilares”, assegurando “apoios integrais” e a distribuição de recursos “de forma justa entre países”. Apoio ao setor cerealífero portuguêsEstas organizações defendem também “flexibilidade” face às realidades do Sul da Europa, com “participação efetiva dos agricultores”.A ANPOC, ANPROMIS e AOP pedem um “controlo rigoroso nos portos e fronteiras, com reforço dos serviços de inspeção, para garantir que o cereal importado cumpre com os mesmos padrões sanitários exigidos à produção nacional”.Entre as exigências está também a atualização dos preços de intervenção para os cereais “recalculando-os face aos custos atuais”.No entender destas associações, os preços praticados atualmente “nada têm a ver com os que eram praticados em 2001/2002, altura em que o preço de intervenção foi definido nos 101,31€/tonelada”.A criação de um programa de “apoio excecional ao setor cerealífero português”, à semelhança do que a Comissão Europeia já aplicou em 2023 em países da Europa Central e de Leste, e a introdução de “um apoio de emergência” a vigorar na atual campanha de comercialização 2025/26, de 25 euros por tonelada para os cereais que sejam comercializados via organização de produtores, são outras reivindicações.Por fim, a ANPOC, ANPROMIS e AOP pedem um “controlo rigoroso nos portos e fronteiras, com reforço dos serviços de inspeção, para garantir que o cereal importado cumpre com os mesmos padrões sanitários exigidos à produção nacional”.Artigo relacionadoPortugal foi a Itália ajudar a identificar medidas para defender o arroz europeuO setor dos cereais em Portugal ocupa uma área que ronda os 250 mil hectares e está presente em cerca de 95 mil explorações agrícolas distribuídas de Norte a Sul do país. Cientes desta importância, as associações ANPOC, ANPROMIS e AOP advertem: A produção de cereais em Portugal não é apenas uma atividade económica.O que está em causa é "a preservação de solos agrícolas, a fixação de população no interior, o combate à desertificação, a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas e a redução da dependência externa em bens alimentares básicos”.

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