Regresso de ativistas da flotilha humanitária divide a política portuguesa

Os quatro ativistas portugueses que participaram na flotilha humanitária “Global Sumud” aterraram no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde foram recebidos por familiares e dezenas de apoiantes da causa palestiniana.

Os manifestantes presentes no local empunhavam bandeiras, lenços e cartazes com mensagens como “Libertem a Palestina” e agradecimentos nominais aos ativistas: Marina, Sofia, Diogo e Miguel.

A chegada foi marcada pela presença de figuras políticas da esquerda, que expressaram o seu apoio.

Francisco Louçã, que se deslocou ao aeroporto, enalteceu a “grandeza enorme” da ação dos ativistas, considerando-a uma demonstração de “solidariedade humana” e uma “defesa da humanidade” perante uma “barbárie sem nome”.

Também a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana, esteve presente.

Por sua vez, Paulo Raimundo apelou ao executivo para que contribua para o fim da guerra na Faixa de Gaza.

Do lado do Governo e dos partidos de direita, as reações foram distintas.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assegurou que o Governo fez tudo o que estava ao seu alcance para garantir o regresso dos cidadãos portugueses.

Em forte contraste, André Ventura condenou a iniciativa, classificando-a como “uma palhaçada feita por quem não deve ter muito que fazer”.

A esta visão crítica juntou-se Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal, que também se manifestou contra a participação dos portugueses na flotilha.

José Luís Carneiro também reagiu à chegada, embora o conteúdo da sua declaração não seja especificado nos artigos.

A receção aos ativistas evidenciou, assim, uma clara divisão no espectro político português, com a esquerda a celebrar o ato como um gesto humanitário e a direita a criticar a sua natureza e propósito.