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Crise Política em Madagáscar: Da Contestação Popular ao Golpe Militar

Protestos iniciados por jovens contra a escassez de serviços básicos em Madagáscar escalaram para uma crise política nacional, culminando num golpe de Estado militar que depôs o Presidente Andry Rajoelina e gerou reações internacionais.
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A crise política em Madagáscar teve início a 25 de setembro, com manifestações lideradas por jovens da Geração Z, designados como o coletivo "Gen Z".

Os protestos, inicialmente motivados por cortes no fornecimento de água e eletricidade, evoluíram rapidamente para um movimento antigovernamental de maior dimensão, exigindo a demissão do Presidente Andry Rajoelina, acusado de corrupção, nepotismo e desvio de fundos públicos.

A repressão violenta das manifestações resultou em pelo menos 22 mortos e cerca de 100 feridos, segundo um balanço das Nações Unidas. A situação atingiu um ponto de viragem quando uma unidade de elite do exército, o Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército Terrestre (CAPSAT), liderada pelo coronel Michael Randrianirina, se juntou aos manifestantes.

Pouco depois, os militares anunciaram a tomada do poder.

O Presidente Rajoelina, que tentou dissolver a Assembleia Nacional para evitar a sua destituição, acabou por ser afastado pelo parlamento e fugiu do país.

A sua saída terá sido facilitada pela França, tendo viajado para a Ilha da Reunião antes de seguir para um destino desconhecido.

Rajoelina classificou os acontecimentos como uma "tentativa de golpe de Estado". Após a fuga do presidente, o coronel Randrianirina declarou que assumiria a presidência, uma decisão que o Supremo Tribunal Constitucional malgaxe validou ao "convidar" a autoridade militar a exercer as funções de chefe de Estado.

A comunidade internacional reagiu prontamente à mudança inconstitucional de regime.

A União Africana suspendeu Madagáscar "com efeito imediato", juntando o país a outros como o Mali e o Burkina Faso, suspensos por razões semelhantes.

As Nações Unidas, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a França apelaram a uma solução pacífica e ao restabelecimento da ordem constitucional. A SADC anunciou o envio de uma missão de averiguação para mediar a crise.

Os artigos contextualizam a revolta popular com a situação socioeconómica do país. Apesar das suas riquezas naturais, Madagáscar continua a ser um dos países mais pobres do mundo, com quase 75% da sua população a viver abaixo do limiar da pobreza em 2022, de acordo com o Banco Mundial.

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